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ARTIGO - Open banking e a personalização da experiência bancária: quem ganha?

Modelo democratiza o uso do sistema financeiro, que passa a ter centralidade no usuário, e força bancos a inovarem em produtos e vantagens

- Vectorjuice/Freepik
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Por Orlando Ovigli*

Nos últimos anos, o setor bancário tem passado por uma grande transformação, muito bem representada pelo lançamento do Pix no final de 2020 e suas atualizações posteriores, que demonstram um esforço do Banco Central para promover a competitividade do sistema financeiro.

Nesse contexto, surge o open banking, que promete ser uma revolução no mercado, possibilitando inclusive a personalização da experiência bancária.

O open banking foi implantado em 2018 no Reino Unido e traz um conjunto de regras sobre o uso e o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre as instituições financeiras pela integração dos seus sistemas.

Essa partilha das informações precisa do consentimento dos usuários e pode ser solicitada por qualquer cliente que deseje levá-las de uma instituição a outra.

Sendo essa uma iniciativa que promove a concorrência, os bancos precisam agora se mostrar mais eficientes, oferecendo novos produtos e mais vantagens a seus clientes.

O poder está nas mãos do cliente

O princípio de que os dados relativos ao cliente são dele, e não da instituição com a qual ele se relaciona, proporciona mais liberdade na hora de fechar um negócio, como pedir um financiamento ou um empréstimo – já que basta pedir que seu banco compartilhe suas informações com outras instituições financeiras para escolher a melhor proposta.

Além disso, democratiza-se o uso do sistema financeiro, que passa a ter centralidade no usuário, vindo daí a ideia de uma experiência bancária personalizada, em que é possível montar sua cartela de serviços em diferentes instituições, por exemplo, mantendo, sem grande dificuldade, sua conta em um banco, cartão de crédito em uma fintech e investimentos em corretoras diversas.

Das tarifas aos apps de mensagens, bancos precisarão inovar

Fica claro que um grande diferencial das instituições, fora a questão de juros e taxas cobrados, será sua capacidade de proporcionar uma boa experiência ao cliente.

Assim, a partir de 15 de julho deste ano, bancos e instituições de pagamento precisarão mesmo inovar, já sendo possível até mesmo iniciar uma transação financeira por meio do WhatsApp.

Mais à frente, à medida que essa política se consolida, cada vez mais novos serviços serão oferecidos.

Ao admitir que o serviço precisará entregar mais para as pessoas, os participantes do sistema financeiro precisarão passar a entender mais profundamente os usuários e os dados que eles geram, a fim de lhes entregar o que precisam, na hora em que precisam e por um custo mais baixo que a concorrência ou com qualidade superior de serviço.

Com tudo isso, temos um novo cenário em que o cliente é o centro, e em que o modelo antigo de banco tende a desaparecer, pois não tem como “prender” os usuários por ter a posse de seus dados.

Assim, novos agentes, capazes de oferecer um bom serviço como parte de uma experiência agradável e que encanta o consumidor, podem sair ganhando. Cabe agora a todos se adequarem a essa realidade em que, no fim das contas, quem leva a melhor é o cliente.

*Orlando Ovigli é sócio e vice-presidente de Omnicommerce na FCamara, empresa especialista em criação de soluções customizadas e escaláveis para desenvolvimento de aplicativos, plataformas e integrações.

Com informações de NB Press Comunicação.