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Artigo: Vale tem lucro bom, mas foco é Brumadinho

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Por Eduardo Guimarães, da Levante

A Vale divulgou os seus números do quarto trimestre nesta quarta-feira (27) após o fechamento dos mercados.

O resultado foi marcado por sinais mistos. Os números vieram um pouco abaixo das expectativas em termos de receita líquida e geração de caixa operacional. O destaque positivo foi para o lucro líquido, que atingiu 3,8 bilhões de dólares no trimestre, acima do esperado de 2,63 bilhões de dólares.

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Esperamos impacto negativo no preço das ações da Vale (VALE3) no curto prazo, pois o resultado será considerado não-evento. No momento, o mercado está ansioso para saber a dimensão do impacto da tragédia em Brumadinho nas operações da empresa.

As altas do dólar e dos preços do minério de ferro podem manter o preço das ações da Vale no médio prazo, mesmo com o cenário bem negativo para a companhia.

Ainda estão sendo avaliados os passivos potenciais causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG). A expectativa é de uma provisão de 1 a 2 bilhões de reais. Preocupa também  a fato da Justiça brasileira ter bloqueado um total de 16,9 bilhões de reais, dos quais 12,6 bilhões de depósitos judiciais e 3,75 bilhões de reais em ações mantidas em tesouraria pela Vale.

A Vale não divulgou nenhuma projeção (guidance) sobre a produção de minério de ferro, o que é compreensível, no momento em que a empresa tem enfrentado dificuldades para manter as operações das suas minas de ferro nas barragens localizadas no estado de Minas Gerais. Em resumo, ainda não se sabe ao certo qual será o tamanho da redução na produção de minério de ferro da Vale.

A receita líquida totalizou 37,5 bilhões de reais no trimestre, aumento de 25,6 por cento em relação a 2017. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu 17 bilhões de reais, crescimento de 28 por cento em relação ao mesmo período de 2017.

Com isso, o lucro líquido somou 14,5 bilhões de reais no trimestre e 25,6 bilhões de reais em 2018, aumento de 45 por cento em relação a 2017.

O endividamento ficou abaixo da meta da companhia de 10 bilhões de dólares. O pagamento de dividendos, juros sobre capital próprio e bônus dos executivos foi suspenso pela companhia devido à tragédia de Brumadinho. O endividamento líquido da Vale foi reduzido de 18,15 bilhões de dólares em dez/17 para 9,65 milhões de dólares, queda de 46 por cento.

Artigo produzido pela Levante Investimentos. Saiba mais sobre ações, Tesouro Direito e aplicações.

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