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Ata do Copom: Banco Central destaca maior incerteza sobre cumprimento de metas fiscais

A autarquia defende que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza

- REUTERS/Amanda Perobelli
- REUTERS/Amanda Perobelli

Em ata divulgada nesta terça-feira (7), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) avaliou que agora é maior a incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas. 

Além disso, o BC defende que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza. 

O comunicado ocorre em um momento onde o governo e o Congresso debatem sobre um eventual afrouxamento do alvo para 2024.

“O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco”, diz a ata.

No comunicado, o Copom também destaca a "importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária".

Na última quarta-feira (01), a autarquia realizou mais um corte na taxa básica de juros (Selic), para 12,25% ao ano. 

O BC, que já antevê novos cortes de mesma magnitude na Selic, reitera que ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, afirmou que o comunicado traz uma mensagem mais cautelosa, dando destaque à piora no cenário externo e à falta de vetores significativos de desinflação à frente.

"A mensagem é que o ritmo de 0,50% deve seguir no curto prazo, mas que o tamanho do ciclo de cortes dependerá da reancoragem das expectativas e que a taxa Selic deve seguir em terreno restritivo durante o horizonte de política monetária (ou seja, Selic acima de 8,5%, pelo menos, até 2025). Sigo com o cenário de Selic a 11,75% em 2023 e 10% em 2024", explicou.