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Ata do Copom: Há pistas para a Selic em 2024?

Colegiado deixou praticamente contratada mais duas quedas de 0,50 e a taxa básica de juros encerra o ano a 11,75%, destaca Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed

- Agência Brasil
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Em ata divulgada na manhã desta terça-feira (26) sobre sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) destacou que as expectativas de inflação ainda são um “fator de preocupação”, sobretudo após apresentarem uma reancoragem parcial.

Na última quarta-feira (20), houve um corte de 0,50 p.p. na taxa básica de juros Selic, que a levou ao patamar de 12,75% ao ano.

“Entre as possibilidades que justificariam observarmos expectativas de inflação acima da meta estariam as preocupações no âmbito fiscal, receios com a desinflação global e a possível percepção, por parte de analistas, de que o Copom, ao longo do tempo, poderia se tornar mais leniente no combate à inflação”, destacaram os membros.

Desse modo, os dirigentes avaliam que a redução das expectativas vai vir “por meio de uma atuação firme, em consonância com o objetivo de fortalecer a credibilidade e a reputação tanto das instituições como dos arcabouços econômicos”.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, acredita que a ata veio em linha com o tom do comunicado que acompanhou a decisão do Comitê, sem grandes novidades.

“Internamente, ressalta os mesmos itens que seguem ainda pressionados, mas eu acho que adotou na ata um discurso mais brando com relação a essas preocupações do que no comunicado”. 

Jorge destaca a dinâmica mais favorável para uma política monetária menos restritiva.

“A atividade segue forte, no entanto, o consumo das famílias desacelera, setor de serviços em processo de estabilização, IPCA com uma dinâmica mais benigna com desaceleração dos núcleos, apesar de ainda estarem acima da meta”, comentou. 

No sentido da cautela do Banco Central, Jorge destaca que a autoridade monetária já deixou “praticamente contratada mais duas quedas de 0,50 e a gente encerra o ano a 11,75%”.

Na avaliação do especialista, os dirigentes observam a dinâmica inflacionária internacional e aqui no Brasil, mesmo que a ata tenha pontuado de maneira recorrente de que a nossa inflação tem sido mais benigna e essa dinâmica tem de fato favorecido esse processo de flexibilização que começou em agosto.