Nesta quinta-feira (12), o circuit breaker foi acionado duas vezes, uma quando as perdas atingiram 10% e outra quando a queda chegou a 15%, parando as negociações por 1 hora e meia no total. Ontem, o mecanismo já tinha sido ativado, assim como na última segunda-feira.
O pânico ronda os mercados globais com a pandemia do coronavírus e a queda do preço do petróleo. E a pergunta que não quer calar é quando o tsunami vai passar.
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A resposta: não dá para saber com certeza. Na realidade, nem sabemos se esse é o pior patamar que vamos atingir com a crise do coronavírus. “Nem os mais pessimistas previram o que estamos vivendo agora”, diz Sérgio Brito, sócio da Ipê Investimentos. “Falar em piso agora seria um chute”.
“O mercado considera que a economia está passando por um movimento em “V”, uma queda pontual com recuperação rápida”, explica Luciano França, da Avantgarde Capital. “Caso se confirme uma recessão global, teremos um gráfico em “U”, com um vale durando mais tempo”.
O que nos diz a história
Olhar as crises passadas pode ajudar a entender quanto tempo o índice levou para corrigir grandes quedas. Segundo levantamento da XP Investimentos, a duração desses movimentos é, em média, de 115 dias.
Ainda segundo a análise, nos últimos 20 anos, foram 19 casos em que o Ibovespa teve queda média de 27,5% — a baixa que a bolsa teve entre o começo do ano e 9 de março, com o primeiro circuit breaker.
O estudo da plataforma de investimento compara a crise atual com outra duas, a de 2001 e a de 2008, considerando que há possibilidade de recessão. No entanto, diferente daquela época, agora contamos com juros baixos e inflação.
Em 2001, o pânico nos mercados veio da bolsa da internet, do atentado às Torres Gêmeas e, no cenário nacional, da crise do apagão, com as dificuldades de abastecimento energético. Durante esse período, o Ibovespa chegou a cair 44%. Já em 2008, com a insolvência dos bancos graças aos empréstimos hipotecários de alto risco, o principal índice acionário brasileiro chegou a ter perdas de 60%.
No entanto, para Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, é difícil prever se o cenário realmente vai se traduzir em um “U”. “Ainda não sabemos o impacto da pandemia e dos preços do petróleo em termos macroeconômicos”, explica. “No ambiente doméstico, temos muitas empresas ligadas à commodities e ainda estamos tentando compreender o impacto disso no PIB”.
E a recuperação, quando vem?
Mais uma vez, a resposta é uma incógnita por enquanto. Mas também dá para ter uma ideia a partir dos outros tombos do índice. Considerando os últimos 5 circuit breakers, a rentabilidade do Ibovespa voltou ao positivo, em quase todas as vezes, depois de 3 meses, segundo estudo da plataforma Economatica, .