Por Gabriel Crossley, da Reuters – A atividade industrial da China deve ter crescido apenas ligeiramente em setembro, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta terça-feira, com os altos preços das matérias-primas e cortes de energia continuando a pressionar os fabricantes na segunda maior economia do mundo.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial para o setor manufatureiro deve ficar em 50,1 no mês de setembro, o mesmo patamar da leitura de agosto, de acordo com a mediana das previsões de 34 economistas consultados pela Reuters. Leitura acima de 50 indica expansão em relação ao mês anterior.
A economia da China se recuperou rapidamente da queda induzida pela pandemia no ano passado, mas o ímpeto da retomada perdeu força nos últimos meses, com o vasto setor manufatureiro enfrentando custos elevados, gargalos na produção e, mais recentemente, racionamento de eletricidade.
A China vem enfrentando uma crise energética, já que a escassez de suprimentos de carvão, rigidez nos padrões de emissões de carbono e a forte demanda dos fabricantes e da indústria elevaram os preços do carvão a patamares recordes e desencadearam restrições generalizadas no seu uso.
"A menos que os problemas de energia sejam resolvidos e as restrições à produção suspensas, os esforços de Pequim para aliviar a política (monetária) terão um impacto mais discreto sobre a produção econômica. Assim, a escassez de energia aumenta a possibilidade de um adiamento da recuperação econômica", disseram analistas da BCA Research nesta terça-feira.
O PMI oficial, que se concentra principalmente em grandes empresas e estatais, e sua pesquisa par do setor de serviços serão divulgados na quinta-feira.
O PMI de manufatura da Caixin também será publicado no mesmo dia. A expectativa de analistas é de alta da leitura para 49,5 ante 49,2 no mês anterior, ainda uma contração.