A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados fez um ato hoje (14) no Salão Verde para lembrar um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Vestindo camisetas com a pergunta “Quem mandou matar Marielle?”, os parlamentares cobravam a continuidade das investigações para apurar os possíveis mandantes do crime.
“A gente exige que o Estado brasileiro faça justiça por Marielle e Anderson e isso significa responder quem mandou matar uma parlamentar eleita democraticamente pelo povo”, disse a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Para o líder da legenda na Câmara, Ivan Valente (SP), Marielle se tornou um ícone nacional e internacional da luta contra o racismo, o preconceito e em defesa dos trabalhadores. “Um ano depois descobrem os matadores, mas os mandantes ainda estão escondidos”.
Os suspeitos do assassinato da vereadora carioca deixaram hoje a Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, com destino ao Instituto Médico-Legal, no centro, para exame de corpo de delito. Após a perícia, eles serão encaminhados para a Cadeia Pública em Benfica, na zona norte, onde devem passar por audiências de custódia.
Ronnie Lessa, suspeito de efetuar os disparos, e Élcio Vieira de Queiroz, suspeito de ter dirigido o carro que seguiu a vereadora, estavam detidos na delegacia desde terça-feira, quando a Polícia Civil e o Ministério Público deflagraram uma operação para cumprir 34 mandados de busca e apreensão e as duas prisões.
A irmã da vereadora, Anielle Franco, considerou que as prisões desta semana são um grande passo, e o pai dela, Antônio Francisco da Silva, disse que sua angústia diminui um pouco.
A viúva de Anderson Gomes, Ághata Reis, ponderou que as prisões são só um começo. “O que aconteceu foi muito maior do que a gente poderia imaginar. É realmente um divisor de águas. A prisão desses dois é só um começo, um pontapé. Tem muita coisa para ser descoberta, para que a gente ponha um ponto final no nosso sofrimento. Queremos descobrir o mais rápido se houve um mandante”
A viúva de Marielle, Mônica Benício, afirmou que a solução completa do caso é um dever do Estado com a sociedade, a democracia e os familiares das vítimas.