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Auren Energia (AURE3): BTG mantém recomendação de compra após aquisição de AES Brasil (AESB3)

Analistas, contudo, creem que um sentimento negativo sobre a transação deve prevalecer e um prejuízo à tese da companhia como investimento para dividendos

Auren Energia (AURE3): BTG mantém recomendação de compra após aquisição de AES Brasil (AESB3)

Por volta de 10:30 desta quinta-feira (16), as ações de Auren Energia (AURE3) caíam 3,82%, ao preço de R$ 11,57 cada. A companhia anunciou a aquisição da AES Brasil (AESB3), e, com isso, criou o terceiro maior gerador de energia no Brasil, com uma capacidade instalada total de 8,8 GW, com um portfólio 100% renovável de gerações eólica, hidrelétrica e solar. 

AES Brasil (AESB3) disparava 14,72%, ao preço de R$ 11,22, no mesmo momento.

A entidade combinada soma uma receita bruta de R$ 9,6 bilhões e um EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3,5 bilhões.

Para o BTG Pactual, o preço pago pela AES Brasil parece esticado, e implica uma TIR real de 7,90% (vs. 9,00% da TIR da Auren).

“Em nosso modelo atual, assumimos (i) geração P90, (ii) disponibilidade de 95% e (iii) preços de energia de longo prazo (convencionais) de R$ 150/MWh. Se incorporássemos alguns dos ganhos de sinergia listados acima, poderíamos ver retornos num salto de 410 pontos-base, o que se traduziria em um retorno melhorado de 12%”, declararam os analistas Gisele Gushiken, João Pimentel e Maria Resende.

No entanto, o banco acredita que o sentimento negativo deve prevalecer.

“Nos tempos recentes, a expansão de renováveis tem sofrido com um cenário de baixo preço de energia, aumento das taxas de juros, condições de vento mais fracas e problemas relacionados a cortes de energia. Além disso, o mercado mantém uma visão bastante desfavorável dos ativos da AES, dados os recentes problemas operacionais e sua exposição significativa a eventos de corte de energia. Embora o mercado reconheça o histórico de execução da Auren e tenha confiança em sua equipe para implementar essas mudanças, achamos improvável que pague por isso antecipadamente”, escreveram.

Analistas do BTG Pactual interpretam que seriam encontrados bons retornos da leitura inicial de qualquer anúncio de M&A, sem a necessidade de considerar ganhos de sinergia ou opcionalidade para alcançar isso.

Além disso, eles interpretam que o acordo compromete um pouco a tese da Auren Energia (AURE3) como um investimento para dividendos, “pelo menos a curto prazo”.

O BTG Pactual mantém recomendação de compra para os papéis de Auren Energia (AURE3), com preço-alvo de R$ 14,00 cada.