Repercussão

B2W e Lojas Americanas: veja o que dizem os analistas sobre a potencial fusão

Perto das 11h30, as ações da B2W subiam 4,6%, a R$ 66,37, enquanto as da Lojas Americanas caíam 6,04%, a R$ 21,26

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Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – As ações da B2W (SA:BTOW3) lideravam as altas do pregão desta quinta-feira (29) após a companhia anunciar, na véspera, os termos de uma fusão com as Lojas Americanas (SA:LAME4), cujos papéis recuavam ao longo da manhã.

Perto das 11h30, as ações da B2W subiam 4,6%, a R$ 66,37, enquanto as da Lojas Americanas caíam 6,04%, a R$ 21,26.

Na relação de troca da proposta, o acionista da Lojas Americanas, titular de 1 ação ordinária ou de 1 ação preferencial, recebaria como resultado da incorporação 0,18 ação ordinária da B2W. Com isso, a B2W vai emitir 339.355.391 ações ordinárias para os acionistas da Lojas Americanas.

Segundo os analistas do Safra, os termos propostos são relativamente neutros para ambas as empresas. De acordo com as estimativas do banco, a relação de troca representa um pequeno prêmio para os acionistas das Lojas Americanas e um pequeno desconto para os acionistas de B2W.

Eles dizem ver potencial criação de valor, “já que a combinação pode gerar sinergias e eliminar ineficiências”. Além disso, escrevem, veem potencial para uma reclassificação no múltiplo combinado de 0,7 vez o valor patrimonial sobre as vendas digitais da B2W, se a empresa melhorar o perfil de base de acionistas, atraindo mais investidores de tecnologia.

Por outro lado, temem riscos com a perda de visibilidade sobre o desempenho dos vários segmentos, o que poderia encobrir os custos reais para alavancar o crescimento nas operações de comércio eletrônico e varejo físico.

Por enquanto, os analistas recomendam aos investidores que fiquem com os papéis ordinários das Lojas Americanas, se a liquidez não for um problema, e com os preferenciais para aqueles que precisam de posições mais líquidas.

Eles recomendam aos investidores que atentem para qualquer potencial volatilidade nos preços das ações para monitorar uma potencial arbitragem com a relação de troca.

Já os analistas do Goldman Sachs escrevem que a transação proposta pode levar a sinergias decorrentes da integração dos ativos de logística, que podem levar a ganhos de escala na operação e uma potencial melhor experiência de atendimento.

Para eles, uma empresa conjunta pode ser capaz de reduzir o tempo de frete e o custo unitário de envio, por meio do melhor aproveitamento da capilaridade dos centros de distribuição.

Eles também citam que a base de dados conjunta para análises de clientes devem permitir melhores preços e oportunidades de venda cruzada, além de uma taxa de imposto potencialmente mais baixa, uma vez que uma empresa combinada poderia ser capaz de usar prejuízos acumulados da B2W como créditos, de acordo com a legislação tributária brasileira.

Eles mantiveram a recomendação de Compra para ambas as empresas, com preços-alvo de R$ 97 para a B2W e de R$ 31 para Lojas Americanas.