Fevereiro foi mais um mês positivo para o fluxo de capital estrangeiro na B3 (B3SA3), com uma entrada líquida de R$ 30,1 bilhões.
O início de março já acumula R$ 6,3 bilhões de saldo positivo de investidores estrangeiros, e o total de 2022 já chega a R$ 69,0 bilhões. Esse montante equivale a 67% de todo o valor de ingresso no ano de 2021.
O Brasil se destacou ao longo do mês por conta da grande exposição a commodities, mesmo com um sentimento global mais cauteloso desde a invasão da Rússia à Ucrânia, destacaram os analistas da XP Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig.
Desde então, os mercados precificam um cenário de estagflação – ou seja, uma inflação mais acelerada acompanhada de uma redução do ritmo de atividade econômica.
Em cenários de conflitos geopolíticos os investidores tendem a adotar uma postura de aversão a risco, ou seja, migrar seus investimentos para opções que protegem desse cenário. São eles: commodities, títulos de governos, dólar e ouro.
Tanto a Rússia quanto Brasil são mercados emergentes e, inclusive, tinham pesos semelhantes — ao redor de 4% — no índice de mercados emergentes, o que pode favorecer um movimento de troca de alocação, por parte de investidores estrangeiros, do mercado russo para o brasileiro, já que ambos são mercados emergentes com grande exposição a commodities, e Brasil continua um mercado líquido e robusto.
Investidores Pessoas Físicas superaram os 5 milhões em janeiro de 2022
O crescimento de investidores Pessoas Físicas continuou positivo em fevereiro, último dado disponível, com uma adição de 13.711 pessoas na Bolsa, +0,3% M/M, e atingiu 5.026.399.
Quanto ao saldo por investidor, houve uma queda de -2,8% em relação à janeiro.
Apesar da B3 (B3SA3) ter fechado o mês passado com alta de +1,4%, essa queda pode ter ocorrido pela diminuição da exposição de Pessoas Físicas a ativos com mais alto risco, diante desse cenário atual de tensões geopolíticas.
Investidores estrangeiros possuem as maiores participações na Bolsa
Os principais investidores da Bolsa brasileira são:
1) investidores estrangeiros (53,0%);
2) instituições (25,4%) e
3) pessoas físicas (16,5%).
Juntos, eles representam 94,9% dos participantes do mercado acionário.