Banco do Brasil

BB lucra R$ 3,8 bi no 4º tri, alta de 20,6%; crédito deve crescer até 6% em 2019

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O Banco do Brasil divulgou hoje um o lucro ajustado (sem eventos extraordinários) do quarto trimestre de 2018, de R$ 3,8 bilhões. O valor é 20,6% maior se comparado ao quarto trimestre de 2017, de R$ 3,2 bilhões e 13,0% superior ao do terceiro trimestre de 2018. O retorno sobre o patrimônio líquido, medida de desempenho dos bancos, subiu para 16,3% ao ano ante 14,5% no mesmo trimestre de 2017.

Com esse resultado, o BB fechou o ano com um lucro líquido recorrente de R$ 13,513 bilhões, 22,2% acima dos R$ 11,060 bilhões de 2017. O retorno no ano sobre o patrimônio também subiu, de 12,3% para 13,9% ao ano.

Ações sobem e lideram na bolsa

Na B3, as ações ordinárias do BB são as mais negociadas no dia e sobem 1,90%, uma das maiores altas entre os papéis do Índice Bovespa, cotadas a R$ 53,08. O Ibovespa no mesmo horário recuada 0,13%, para 95.716 pontos.

Segundo o BB, a especialização do atendimento e o avanço da estratégia digital influenciaram o desempenho positivo das rendas de tarifas, qualidade do crédito e controle das despesas administrativas.

Os resultados vieram acima do esperado, mostrando uma continua recuperação da qualidade da carteira de crédito, e provisões, além do eficiente controle das despesas administrativas e crescimento das rendas de tarifas, reflexo do maior consumo de produtos e serviços, diz a corretora Guide Investimentos.

Distribuição de R$ 1,6 bi em juros para os acionistas

O conselho do banco aprovou a distribuição de R$ 1,630 bilhão sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), que representa R$ 0,59 por ação. O JCP terá como base a posição acionária de 21 de fevereiro, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 22 de fevereiro. A medida é boa para o governo federal, um dos principais acionistas do banco, e que precisa de todo dinheiro possível para reduzir o déficit público.

Projeções mais otimistas

O banco cumpriu as principais metas de 2018 e divulgou projeções conservadoras para 2019, mas mais otimistas. A projeção é de um lucro líquido ajustado entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões, o que representa um crescimento de até 30% sobre os R$ 13,5 bilhões de 2018. A carteira de crédito deve crescer entre 3% e 6%, uma visão mais otimista que em 2018, que previa alta de 1% a 4%. O crescimento deve ser puxado este ano por pessoas físicas, com aumento de 7% a 10%, e crédito rural, com 3% a 6% de aumento. Já pessoas jurídicas devem ficar entre estabilidade e crescimento de 3%. As projeções para despesas de provisões são de queda, de 14,5% a 11,5%, o que deve melhorar o resultado do banco. Rendas e tarifas devem aumentar entre 5% e 8% e despesas administrativas, entre 2% e 5%.

Segundo a corretora Guide Investimentos, vale notar que o banco ainda conseguiu atingir todas as suas metas em 2018. “Algo que nos deixa otimista para o Guidance de 2019”, diz a corretora, que espera uma manutenção do atual modelo de negócios pelo novo management, priorização dos negócios de melhor risco retorno, e foco no modelo de atendimento digital.

Crédito cresceu 1,8%

O BB fechou o ano com uma carteira de crédito ampliada (incluindo fianças e avais) de R$ 697,3 bilhões, com crescimento de 1,8% em 12 meses. Considerando apenas a carteira orgânica interna, o crescimento foi maior, 3% no ano, dentro da projeção do banco, de aumento entre 1% e 4%.

A carteira de crédito ampliada de empresas cresceu 0,7% em relação ao trimestre anterior, com destaque para o aumento de operações de adiantamento de câmbio, de R$ 1,4 bilhão, e R$ 1,3 bilhão em recebíveis, compensando a queda nas linhas voltadas para investimentos e crédito imobiliário. Já em relação ao ano anterior, houve queda de 1,4%, dentro do projetado pelo banco, que previa um recuo de até 3%.

O banco destaca o aumento da carteira de Micro e Pequenas Empresas (MPE), que voltou a crescer após 15 trimestres consecutivos de queda, alcançando R$ 39,5 bilhões, aumento de 1,2% sobre setembro. Segundo o BB, a estratégia para MPE é de crescer principalmente nas linhas de capital de giro e recebíveis, com prazos mais curtos e adesão de garantias.

A carteira de pessoas físicas orgânica, por sua vez, cresceu 7,6% em 12 meses, para R$ 13,4 bilhões, fruto do desempenho positivo em crédito consignado (R$ 3,8 bilhões), da alta de 8,7% do financiamento imobiliário (R$ 3,9 bilhões) e crescimento de 13,7% nas operações de cartão de crédito.

O crescimento nessas linhas faz parte da estratégia do BB de crescer nos empréstimos com melhor relação risco/retorno. Nesse sentido, o banco destacou também o empréstimo pessoal, que cresceu 55,2% em 2018 e alcançou R$ 7,3 bilhões, resultado da evolução da estratégia de oferta de crédito não consignado.

A carteira rural apresentou crescimento positivo de 5,6% na comparação anual (R$ 8,9 bilhões), com destaque para a carteira de FCO Rural (R$ 4,0 bilhões), investimento agropecuário (R$ 3,5 bilhões) e custeio agropecuário (R$ 1,7 bilhão).

O índice de inadimplência acima de 90 dias continua em queda e alcançou 2,53% em dezembro, abaixo do Sistema Financeiro Nacional. O índice de cobertura alcançou 211,6%. A despesa de provisões líquida, que considera a recuperação de crédito, diminuiu 29,2% na comparação com 2017, alcançando R$ 14,2 bilhões no ano, pela melhor qualidade na originação de crédito.

Despesas Administrativas sobem 0,6% no ano

As despesas administrativas cresceram abaixo da inflação, resultando em um índice de eficiência de 38,5% em 2018. Esse indicador era 39,7% em 2016 e quanto menor, melhor.

Índice de Basileia atinge 18,9%

O índice de Basileia, que mostra o quanto o banco tem de capital para cobrir perdas com empréstimos para honrar as aplicações dos clientes, atingiu 18,9% em dezembro de 2018. Quanto maior o índice, mais o banco pode emprestar. O índice de capital nível I chegou a 13,4%, sendo 10,0% de capital principal e o patrimônio de referência alcançou R$ 134,2 bilhões. Segundo o banco, o foco está em aumentar o capital com os ganhos dos lucros, no crescimento do crédito em linhas com menor consumo de capital e mais atrativas sob o critério retorno versus risco.

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