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BC deve manter Selic em 13,75% pela última vez, diz Paraná Banco Investimentos

Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro da instituição, um corte deve ser anunciado pelo colegiado para a reunião seguinte, em agosto

- Antônio Cruz/Agência Brasil
- Antônio Cruz/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne nesta quarta-feira, 21 de junho, pelo segundo dia, para decidir sobre a taxa básica de juros Selic. De acordo com o Paraná Banco Investimentos, essa deve ser a última vez no ano em que a taxa vai ser mantida em 13,75%.

Corte na Selic? Vai ficar para a próxima!

Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro da instituição, o corte na taxa Selic deve ser anunciado pelo colegiado para a reunião seguinte, em agosto.

Oliveira alega que o maior motivo para a autoridade monetária manter os juros no atual patamar seria “a preocupação com as expectativas de inflação no longo prazo, os núcleos de inflação elevados e a incerteza fiscal”.

“Desde a última reunião do Copom, em 3 de maio, todas essas variáveis mudaram para melhor, principalmente a incerteza fiscal, após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados”, pontua.

Olhem para a inflação

O executivo explica ainda que a inflação projetada na curva de juros para os próximos dois anos, chamada inflação implícita, era de 6% no início de maio e recuou para 4,95% nas negociações mais recentes.

A inflação projetada pelo Boletim Focus para 2025 e 2026, recuou abaixo de 4% na última divulgação e deve continuar esse movimento de queda, a convergir para algo em torno de 3,5% até a reunião de agosto, e criar um cenário favorável para o Banco Central cortar os juros.

Por outro lado, a média dos núcleos de inflação segue pressionada, mas mostrou redução de 6,970% em abril para 6,450% em maio.

Já a inflação de serviços, muito relevante na análise do BC, recuou de 7,490% para 6,520% no mesmo período.

Como ambos os índices continuam em patamares acima de 6%, o Banco Central deve ser cauteloso e começar o ciclo de corte com 0,25 p.p. em agosto”, afirma Oliveira.

Ele acrescenta que a magnitude pode ser ajustada para maior, caso esses indicadores recuem com maior velocidade.

Sobre a inflação, Oliveira explica que deve fechar o ano próximo a 5%.

 “A inflação de maio surpreendeu positivamente, isso significa que o trabalho do Banco Central foi efetivo até o momento”.

Outros fatores contribuem para a inflação desacelerar com maior força, como a restrição no crédito, a queda no preço das commodities e o recuo do dólar, de acordo com o executivo.

O dólar deve encerrar o ano abaixo dos R$ 5

Em relação ao câmbio, o dólar deve terminar o ano de 2023 em torno de R$ 4,80. 

O provável corte de juros ainda este ano nos EUA faz com que a diferença de juros entre os dois países não oscile muito, e ajuda a fortalecer o real. Além disso, a aprovação do arcabouço fiscal e as discussões de demais reformas no Congresso Nacional ajudam a atrair capital estrangeiro para o país e fortalecer nossa moeda.

E em que investir no futuro cenário?

Para os investidores, a renda fixa ainda seria a melhor opção, e os papéis pré-fixados são os mais recomendados quando temos um ciclo de queda nos juros.

Quanto aos investimentos de longo prazo, os títulos indexados à inflação são uma opção interessante para garantir um ganho real.

As informações são de Insight Comunicação.