Relatório Trimestral

BC eleva projeção do PIB 2021 de 3,6% para 4,6%, mas inflação continua acima da meta

Avanço da campanha de vacinação e elevados preços de commodities estão entre os fatores que indicam perspectivas favoráveis para a economia

- Antônio Cruz/Agência Brasil
- Antônio Cruz/Agência Brasil

Nesta quinta-feira (24), o Banco Central (BC) elevou a projeção do PIB de 2021 em 1%, de 3,6%, estimado em março, para 4,6%. A informação foi publicada no Relatório Trimestral da Inflação, divulgado hoje.

"A recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos, as medidas de preservação do emprego e da renda, o prognóstico de avanço da campanha de vacinação, os elevados preços de commodities e os efeitos defasados do estímulo monetário indicam perspectivas favoráveis para a economia", diz o material.

O IPCA, contudo, continua acima do teto da meta, em 5,8%. Em março, a projeção era de 5%. A meta de inflação deste ano é de 3,75%, e pode variar entre 2,25% a 5,25%. Para os anos de 2022 e 2023, a autoridade monetária estima inflação de 3,5% e 3,3%, respectivamente.

No caso da taxa Selic, o documento repete as considerações já trazidas na ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Nas próximas reuniões, a taxa deve sofrer acréscimos de 0,75 p.p., 0,50 p.p., 0,50 p.p. e 0,25 p.p. Assim, deve chegar a 6,25% no final deste ano e a 6,50% a.a. em fevereiro de 2022, e deve se manter nesse nível até o fim de 2024.

Crédito

O Banco Central projetou crescimento do crédito no país de 11,1% este ano, ante projeção de 8,0% feita no documento anterior.

O crédito às famílias deve subir 13,5% em 2021, contra estimativa de 11,5% em março.

Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, ante 3,4% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o Banco Central projetou uma expansão de 13,5%. Em março, as estimativas eram de 11,1%.

Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva passa a ser de alta de 7,7% contra 3,7% estimados no relatório de março.