Por Marcela Ayres, da Reuters – O Banco Central ponderou subir os juros para além do ajuste de 1 ponto que acabou adotando, mas chegou à conclusão que a dose era adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2022 enquanto avalia com mais cautela o estado da economia após o impacto causado pela crise de Covid-19.
"O Copom (Comitê de Política Monetária) avaliou os custos e benefícios de acelerar o ritmo da elevação dos juros", trouxe a ata do Copom publicada nesta terça-feira, apontando que três ponderações foram levadas em conta.
Em primeiro lugar, o BC avaliou que o estágio do ciclo de ajuste é caracterizado por uma política monetária já efetivamente contracionista.
Em segundo, a autoridade monetária pontuou que simulações com trajetórias de elevação de juros que mantêm o ritmo atual de ajuste, mas consideram diferentes taxas terminais, sugerem que o atual ritmo de elevação na Selic é suficiente para atingir patamar significativamente contracionista e garantir a convergência da inflação para a meta em 2022, a despeito da assimetria no balanço de riscos.
"Finalmente, o peso de itens voláteis nas revisões das projeções de inflação de curto prazo e o ineditismo do processo de readequação econômica pós-pandemia reforçam o benefício de acumular mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques em vigor", destacou o documento.
Na semana passada, o BC aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, ao patamar de 6,25% ao ano, e indicou que deverá repetir a dose na próxima reunião do Copom, em outubro, buscando avançar em "território contracionista" ao dar sequência ao seu agressivo ciclo de aperto monetário para domar a inflação.