Por Dhirendra Tripathi, da Investing.com – As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) eram negociadas em baixa de 4,2% por volta das 13h20 (horário de Brasília) de segunda-feira após Jennifer Homendy, chefe do National Transportation Safety Board, afirmar que a fabricante de automóveis deve resolver primeiro as falhas de segurança na sua tecnologia de condução autônoma integral antes de habilitá-la para o trânsito urbano.
No Brasil, os BDRs da montadora (SA:TSLA34) caíam 3,1%.
Na semana passada, o CEO Elon Musk disse que em breve os motoristas poderiam solicitar uma versão aprimorada do que ele chama de função de "Condução Autônoma Integral". A atualização destina-se a auxiliar a navegação dos veículos nas cidades, principalmente de modo automático, sem o envolvimento do motorista, uma caraterística que até agora se limitava à direção em autoestradas.
"As questões básicas de segurança têm de ser abordadas antes de se expandirem para outras ruas das cidades e outras áreas", ela disse ao Wall Street Journal. Homendy também expressou preocupação sobre como o software da Tesla é testado em vias públicas.
Homendy chamou o uso do termo "Condução Autônoma Integral" pela Tesla como "enganoso e irresponsável".
A tecnologia não torna o veículo totalmente autônomo. A Tesla aconselha que os motoristas permaneçam alertas, com as mãos ao volante.
"A (Tesla) claramente ludibriou inúmeras pessoas no sentido de fazerem uso indevido e abusarem da tecnologia", ela afirmou ao WSJ.
A Tesla planeja monitorar os padrões de direção dos clientes que solicitarem a melhoria do sistema e só conceder acesso depois de sete dias de bom comportamento, Musk tuitou na semana passada. O acesso de quem não for cuidadoso será revogado, ele disse.
O regulador de segurança automotora dos EUA iniciou um inquérito no mês passado, depois de uma série de colisões envolvendo a tecnologia de piloto automático da Tesla.
O inquérito abrange um número estimado de 765.000 veículos Tesla dos modelos Y, X, S e 3.
Ao iniciar o inquérito, a National Highway Traffic Safety Administration afirmou que, desde janeiro de 2018, identificou 11 colisões nas quais os modelos Tesla "encontraram situações de primeiros socorros e, ato contínuo, colidiram contra um ou mais veículos envolvidos nessas situações". Houve casos de 17 lesões e uma fatalidade nesses acidentes.
O piloto automático da Tesla processa algumas tarefas de condução e permite que os motoristas fiquem com as mãos fora do volante por longos períodos. Apesar do anúncio de lançamento de um veículo totalmente autônomo, a atual tecnologia da empresa se enquadra apenas como autonomia de "nível 2", numa escala crescente de 1 a 5.