As casas de apostas on-line movimentaram entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês no Brasil durante o primeiro trimestre de 2025. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (8) por Rogério Lucca, secretário-executivo do Banco Central, durante uma audiência da CPI das Bets, no Senado Federal.
De acordo com Lucca, o valor representa os montantes transferidos pelos clientes para as plataformas, comparável ao dinheiro levado por alguém a um cassino. “Ela pode ter não apostado, ela pode ter apostado várias vezes ali”, afirmou.
Apostadores recebem 85% do valor apostado
Durante a audiência, Lucca também revelou que os apostadores costumam receber, em média, 85% do valor colocado nas casas de apostas. Ele afirma que o governo ainda não revisou esse dado oficialmente, mas admite que o valor pode ser maior.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também participou da sessão e cedeu a palavra ao secretário para apresentação dos dados atualizados.
Porém, Galípolo, informou que as pessoas que realizam apostas em bets tem risco de crédito maior. “Os bancos consideram esse tipo de prática por parte do cidadão para analisar e classificar ele como um risco mais elevado. No final sai um custo maior para essas pessoas”.
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Ele ainda afirmou que a BC não consegue fiscalizar as bets. “O Banco Central do Brasil não tem a competência legal para fiscalizar ou aplicar sanções em decorrência de transações destinadas a apostas de cota fixa realizadas com pessoas jurídicas não autorizadas a exercer essa atividade”, destacou.
Nova estimativa da bets supera projeções anteriores
Até então, o governo havia publicado a estimativa oficial mais recente em agosto de 2024, quando apontou que as bets movimentavam entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês.
De acordo com Lucca, o Ministério da Fazenda revisou os números após regulamentar o setor e garantir mais transparência às transações.
As empresas passaram a operar com contas bancárias específicas e a seguir novas normas de classificação. “Com essa identificação mais precisa, ratificamos o valor de R$ 21 bilhões, podendo agora alcançar R$ 30 bilhões por mês”, explicou o secretário.
