Bitcoin vs HUH Token: liberando nações em desenvolvimento da hegemonia financeira dos EUA

Nos EUA, a porcentagem do setor financeiro no GPD aumentou de meros 2,8% em 1950 para 21% em 2019. 

Esses 650% representam um fenômeno recente que foi cunhado como “financialização”. Podemos falhar ao tentar compreender o escopo deste termo, uma vez que sua utilização começou a crescer apenas a partir de 2001 e era virtualmente não existente antes do século 21, segundo os dados do Oxford Languages revelam.

Para explicar, financialização refere-se ao impacto sentido pela macroeconomia e microeconomia ao se alterar a estrutura e operação dos mercados financeiros. Esse processo molda o comportamento corporativo e as políticas econômicas.

Financialização tem influenciado em permitir fluxos de capital estrangeiro. Assim, o investimento gera emprego e favorece o desenvolvimento de economias emergentes. Mais ainda, uma indústria bancária funcional pode contribuir de forma significativa para o crescimento econômico dos países. Para investimentos financeiros, companhias se apoiam em bancos e mercados financeiros. (é dessa forma que a indústria bancária está estruturada)

Não obstante, financialização causou rendimentos no setor financeiros que cresceram mais rápido que em outras áreas da economia. Desde 1980, trabalhadores do setor financeiro dos EUA tem visto um crescimento desproporcionalmente grande nos seus rendimentos quando comparados aos dos trabalhadores de outros setores. Por isso, não pode ser negado que a financialização resultou em mais desigualdade de riquezas, tanto dentro dos países quanto entre nações (principalmente, países em desenvolvimento às custas dos países ricos e desenvolvidos).

Em junho de 2021, a Forbes reportou, a respeito desse efeito da financialização, um estudo de caso com o Bitcoin se tornando moeda legal em El Salvador como forma de atacar a desigualdade social e como El Salvadorenhos podem investir em criptomoedas para acumular riquezas roubadas deles pelas taxas de remessa cobradas pelos EUA. Como a taxa de remessa média do setor é de 6,5%, esse é um ganho de curto prazo para o Bitcoin. No longo prazo, no entanto, a criptomoeda dá aos El Salvadorenhos a oportunidade de ter uma moeda que deve ganhar valor em vez de perder, ao longo do tempo.

Em contraste com os ricos ocidentais, cidadãos de países em desenvolvimento não tem como alocar capital que sobra em ativos que se valorizam, como propriedades e artes, porque eles não tem o suficiente para investir de forma eficiente. Eles perdem até em ganhar juros para proteger as suas economias porque é comum ser desbancarizado (por exemplo, apenas 30% dos el salvadorenhos têm conta bancária). A deflação pode recompensar quem adotar criptomoedas, como El Salvador, com desproporcional crescimento de capital. Aqueles que guardam parte da sua renda em Bitcoin estarão guardando uma classe de ativo que aumentará sua qualidade de vida. Não é surpresa que outros países latinoamericanos, asiáticos e africanos estão expressando interesse em criptomoedas.

De qualquer forma, não parece de conhecimento geral que o Bitcoin já têm a sua elite (0,01%) que controla 27% do estoque circulante, de acordo com o The Wall Street Journal. Não muito diferente do dólar americano, a propriedade sobre Bitcoin é significantemente torta. Isso significa que Bitcoin não está liberando o desenvolvimento de nações da hegemonia financeira dos EUA. Está simplesmente transferindo desigualdade do papel para o digital.