O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta quinta-feira (29), a aprovação de um financiamento no valor de R$ 486,7 milhões destinado a Sigma Lithium, a principal mineradora de lítio em operação no Brasil. O recurso proveniente do Fundo Clima do BNDES é direcionado a projetos que atendem a critérios sustentáveis.
Este mineral é necessário para a fabricação de baterias de veículos elétricos, um mercado que, atualmente, é dominado pela produção na China. O aporte financeiro permitirá à empresa aumentar sua produção anual de lítio de 250 mil para 520 mil toneladas.
Impactos do financiamento
A Sigma Lithium, é controlada por um grupo brasileiro, mas foi fundada no Canadá. Ela possui operações nas cidades de Araçuaí e Itinga, localizadas no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
A região abriga algumas das maiores reservas de lítio do país, com o Brasil possuindo a oitava maior reserva global do mineral, conforme dados do governo dos EUA. A empresa estima que há 27 milhões de toneladas de espodumênio nas áreas de operação, garantindo a extração de lítio por pelo menos 13 anos.
A mineradora, que foi a primeira de grande porte a se estabelecer na região, viu suas ações sofrerem uma queda devido à redução no preço do lítio, que caiu quase 90% desde 2022. Assim, o investimento pode ajudar nesse momento da empresa.
Sigma Lithium no Brasil
Ana Cabra-Gardner, CEO e co-presidente do conselho da Sigma Lithium, se mostrou satisfeita com a aprovação do financiamento: “Ficamos muito honrados com a aprovação do BNDES do financiamento da nova unidade industrial carbono zero da Sigma Lithium com tecnologia verde no Vale do Jequitinhonha”.
Ela explicou a primeira planta industrial ‘greentech’ da empresa “tornou-se um exemplo global de beneficiamento do lítio de forma ambientalmente sustentável, com agregação significativa de valor econômico para todos os stakeholders e a sociedade.”
Projeto Novo Fundo
O presidente do Banco, Aloizio Mercadante, disse que “o projeto aprovado pelo BNDES sintetiza o objetivo do Novo Fundo Clima no governo do presidente Lula, que é o apoio à indústria verde no desenvolvimento tecnológico, na capacidade produtiva e de comercialização de bens e serviços voltados à descarbonização”.
“A articulação entre o Novo PAC, o Plano de Transição Ecológica e a Nova Indústria Brasil têm sido fundamentais para a retomada dos investimentos e a geração de emprego como demonstram os dados do Caged desta semana”, explica.