Em 2022, o índice S&P500 da Bolsa americana cai 8%. Enquanto isso, o Nasdaq recua mais de 14%. E a dúvida que surge é: devo comprar agora?
Diante de incertezas sobre o desdobramento da crise na Ucrânia e uma inflação galopante nos Estados Unidos, Renato Breia, sócio-fundador da Nord Research e consultor CFP® da Nord Wealth, avalia o cenário.
Em primeiro lugar, ele lembra que muito se fala em investir na Bolsa americana e uma das possibilidades é por meio de ETFs que replicam índices do mercado americano, como o IVVB11.
Por outro lado, a grande exposição das Bolsas dos EUA ao setor de tecnologia, que hoje representa mais de 33% dos índices, vem sendo um problema em 2022, já que os investidores estão saindo de setores mais sensíveis ao aumento de juros e comprando setores que se beneficiam, como bancos e commodities, explica Breia.
O início do ciclo de aperto monetário
Nos Estados Unidos, pela primeira vez desde 2018, o Fed elevou a taxa de juros em 25 pontos percentuais, passando para o intervalo entre 0,25% e 0,50%.
O Fed também indicou que as taxas de juros devem atingir um intervalo entre 1,75% e 2% até o final deste ano, o que significaria um aumento de 25 pontos percentuais a cada reunião restante de 2022.
"Esse movimento também já era aguardado pelo mercado e até mesmo visto como tardio para alguns economistas, além disso, revela uma estratégia já consolidada pelo FED, ao longo do tempo, de soft-landing (“pouso suave”, em português)", diz Breia.
Essa estratégia nada mais é do que uma tentativa das autoridades monetárias de suavizar os ciclos econômicos. Contudo, na visão de Breia, um discurso ou movimento mais incisivo do Fed ou indicadores de inflação piores devem continuar pressionando os mercados e trazendo bastante volatilidade para os ativos de risco, principalmente ativos de crescimento.
"Dessa forma, é um momento de maior cautela com os ativos internacionais e boa oportunidade para montar ou elevar posições de maneira gradual conforme as oportunidades aparecem. Além disso, se você considera que possui baixa diversificação internacional e quer usar esses momentos de fraqueza para aumentar a sua posição".