Bradesco Itaú

Bradesco e Itaú devem liderar emissão de letras financeiras garantidas

Por Gabriel Codas

Investing.com – As emissões de letras financeiras (LFGs) garantidas por ativos financeiros devem ser lideradas pelos bancos Itaú Unibanco (SA:ITUB4) e Bradesco (SA:BBDC4). O instrumento de captação é uma das novidades que faz parte das ferramentas do Banco Central para enfrentar a crise econômica causada pelo avanço do coronavírus. As informações foram divulgadas na edição desta quinta-feira da Coluna do Broadcast.

A expectativa, explica a publicação, é que esse mercado deve ser aberto na próxima semana, uma vez que a B3 já está pronta para fazer o registro tanto das garantias bem como das operações. Essa será a primeira janeira de captação, com os bancos podendo emitir até uma vez o seu patrimônio de referência.

Ainda de acordo com o Estadão, o Bradesco considera captar entre R$ 8 bilhões e R$ 12 bilhões em sua estreia. A estimativa do BC é que o potencial das letras financeiras garantidas é de R$ 670 bilhões. No entanto, o mercado é mais conservador nas estimativas e vê algo ao redor da metade desse volume, considerando que as emissões podem ser feitas até o fim do ano.

Um dos grandes problemas, no caso dos grandes bancos, diz a publicação, é o preço para emitir versus a liquidez que essas instituições precisam. Isso por que o custo estabelecido pelo BC é de Selic mais 0,60% ao ano, patamar que supera o que os pesos pesados pagam para captar recursos. Assim, o repasse aos tomadores fica caro e pode ser inviabilizado.

Ampliação

O Banco Central divulgou nesta quinta-feira que ampliou o limite de empréstimos a bancos lastreados em letras financeiras garantidas, abrindo a porta para que bancos cooperativos possam tomar R$ 41,5 bilhões, de R$ 3,3 bilhões antes.

Segundo o BC, a medida irá ampliar os canais de liquidez disponibilizados ao sistema de crédito cooperativo em meio à crise com o coronavírus. A linha é temporária.

Pelo ajuste, o limite máximo dos empréstimos tomados pelos bancos cooperativos passará a ser 100% do patrimônio líquido ajustado apurado com base nos balancetes combinados dos sistemas cooperativos.

Na regulamentação anterior, a limitação correspondia a 100% do patrimônio de referência dos conglomerados integrados por esses bancos.

A linha tem um custo para as instituições de 0,6% ao ano e já havia sido regulamentada pelo BC mais cedo neste mês. O BC havia anunciado a iniciativa em 23 de março, quando estimou que, sozinha, ela poderia liberar 670 bilhões de reais na economia, sua ação mais potente para enfrentamento à crise com o coronavírus.