Mercado de trabalho

Brasil: executivas de tecnologia têm a menor participação em cargos de liderança na América Latina

O levantamento foi realizado em março e abril deste ano com 930 profissionais em cargos de alta e média gestão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México

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As executivas brasileiras de tecnologia têm a menor participação em cargos de liderança na América Latina, revelou o Women in Technology, estudo desenvolvido pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado. Participaram do levantamento, realizado em março e abril deste ano, 930 profissionais em cargos de alta e média gestão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México. Deste total, 72% são mulheres e 28%, homens.

De acordo com a pesquisa ,o Brasil aparece na última posição entre os países que menos possuem mulheres em cargos de médio e alto escalão, com 66,8% de participação. O indicador é o menor entre todos os países pesquisados, que traz o México na liderança, com 84,3%, seguido por Colômbia (84%), Peru (77,9%), Argentina (76,6%) e Chile (68,7%). Em contrapartida, as profissionais de TI do Brasil acabam ocupando o maior volume de posições técnicas e de suporte à gestão, como assistentes, analistas, consultores e especialistas, com 33,2%, acompanhado de Chile (31,3%), Argentina (23,4%), Peru (22,1%), Colômbia (16%) e México (15,7%).

"O que eu tenho visto é uma intensa movimentação das companhias para recrutar mais mulheres em seus quadros colaborativos. Tenho recebido pedidos, cada vez mais frequentes, para incluir mais mulheres nas fases finais dos processos seletivos. Isso mostra que as empresas estão atuando com mais intensidade para aumentar a participação feminina em cargos mais estratégicos e ajudar a diminuir essa diferença histórica", explica Luana Castro, gerente da divisão de Tecnologia do PageGroup.

Enquanto as mulheres que trabalham com tecnologia no Brasil são as que menos participam de cargo de liderança na região, elas são as que detêm maior participação nos conselhos de administração das companhias instaladas na América Latina. As executivas brasileiras lideram a lista onde há mais de 50% de presença feminina nos boards das empresas, com 5,6%. Na sequência, aparecem México (5%), Colômbia (3,4%), Peru (2,8%) e Argentina e Chile, com nenhuma participação acima de 50%.

Ainda de acordo com o estudo, as profissionais brasileiras lideram as queixas na região por terem sofrido ao menos um episódio de preconceito e discriminação no trabalho (65,3%). O indicador é maior que os registrados no México (55,7%), Peru (53,8%), Chile (47,8%), Colômbia (47,3%) e Argentina (45,8%).

Desigualdade de gênero

A pesquisa também procurou entender os principais motivos que podem colaborar para essa desigualdade de gênero. Entre os fatores listados, os respondentes brasileiros do levantamento apontaram as empresas como maiores responsáveis pelo desequilíbrio entre os sexos no ambiente de trabalho, com 48,1%. O percentual é inferior no Chile (43,8%), Argentina (29%), México (28,4%), Colômbia (27,1%) e Peru (19,4%).

Quando questionados sobre a existência de uma política de equidade de gênero, os respondentes brasileiros também aparecem na dianteira ao apontar a inexistência de um programa de igualdade entre os sexos, com 66,9%, ficando à frente de Peru (61%), Colômbia (55,6%), México (52,8%), Argentina (50%) e Chile (43,8%).

Outro aspecto abordado no levantamento é referente ao período necessário para que haja maior equilíbrio na igualdade de gênero dentro das empresas. Os respondentes brasileiros são os menos otimistas neste quesito, acreditando que isto só ocorrerá após 25 anos, com 13,2%. Estão acompanhados de chilenos (12,5%), mexicanos (8%), colombianos (7,9%), peruanos (6,5%) e argentinos (3,2%).

*Com informações de Conteúdonet