Por Gabriel Codas, da Investing.com – Na parte da manhã desta segunda-feira, as ações da Braskem (SA:BRKM5) operam com ganhos, na contramão da queda do Ibovespa. A alta ocorre depois que a Odebrecht iniciou atos preparatórios para estruturar um processo de alienação privada de até a totalidade de sua participação na petroquímica, empresa da qual é controladora junto com a Petrobras.
Por volta das 13h20, os papéis somavam 5,26% a R$ 24,62, a maior alta do Ibovespa depois de CSN (SA:CSNA3). Após abrir em alta, com máxima em 103.511 pontos, o Ibovespa caía, com queda de 1,19%, a 101.555 pontos.
“A Braskem vem comunicar aos seus acionistas e ao mercado em geral que recebeu, nesta data, correspondência enviada por sua acionista controladora, Odebrecht S.A (“ODB”), informando que, em cumprimento a compromissos assumidos com credores concursais e extraconcursais, a ODB deu início aos atos preparatórios para estruturar um processo de alienação privada de até a totalidade da participação de sua titularidade na Companhia”, disse a Braskem em comunicado enviado na noite de sexta-feira,
Segundo o comunicado, a Odebrecht adotará “as providências necessárias para organizar um processo dessa natureza, com o apoio de assessores legais e financeiros”.
A Odebrecht comunicou a Braskem sobre a iniciativa na sexta-feira à noite e mandatou o Morgan Stanley (NYSE:MS) para assessorá-la na operação. Já Petrobras (SA:PETR4), segunda maior acionista da Braskem, também planeja vender suas ações, em operação que pode se dar no Novo Mercado da B3.
Uma das estratégias para valorizar o passe é buscar junto à Odebrecht ampliar os poderes de sua fatia e aprimorar a governança corporativa da petroquímica. No mercado, há expectativa crescente de que a companhia possa ser transformada em uma corporação “pura” a partir da venda das ações detidas pelas duas maiores acionistas em bolsa.
O Valor informa que o valor de mercado da Braskem é de cerca de R$ 18,6 bilhões, bem abaixo dos R$ 48 bilhões que chegou a valer no auge das negociações entre Odebrecht e Lyondell. Nesses termos e sem considerar prêmio de controle, a Odebrecht levantaria R$ 7,1 bilhões com a venda da totalidade de sua participação. O grupo baiano tem 38,3% do capital total da Braskem e 50,1% do votante. A Petrobras tem 36,1% das ações, e 47% das ONs.