Na última terça-feira (26), a S&P Global rebaixou a perspectiva dos ratings do BRB (BSLI4) – Banco de Brasília – para negativa, ante estável.
O rating em escala nacional também foi rebaixado para ‘brAA-‘, ante ‘brAA’. Já as classificações em escala global de curto e longo prazos foram reafirmadas em ‘B+ / B’, respectivamente.
Os principais fundamentos que levaram ao rebaixamento pela agência foram os índices de capitalização pressionados nos últimos trimestres, além da queda da rentabilidade.
A XP ressaltou em relatório que, em junho de 2023, os índices de capital Nível 1 e de Capital Principal foram de 9,5% e 7,9%, respectivamente, e o índice de Basileia permaneceu acima de 14%.
Entretanto, no trimestre anterior, tais indicadores permaneceram próximos dos níveis mínimos (8,6% e 7,0%), e em dezembro de 2022 o índice de capital ajustado pelo risco (RAC – risk-adjusted capital) havia registrado apenas 5,0%, abaixo do considerado apropriado pela agência.
O ROAE (return on average equity) caiu para 5,0% no primeiro semestre de 2023, percentual semestral mais baixo desde 2014, segundo a instituição.
"Neste sentido, a perspectiva negativa reflete a possibilidade de novo rebaixamento dos ratings do BRB nos próximos doze meses se houver piora das métricas de capitalização", afirmam as analistas Camilla Dolle, Mayara Rodrigues e Natalia Moura.
A S&P Global também apontou que o capital do banco está enfraquecido devido ao seu crescimento significativo nos últimos anos, aliado à menor rentabilidade.
Apesar disso, a agência afirmou que a captação de recursos (funding) e a liquidez do BRB permanecem adequados.
Por fim, a S&P acredita ainda também que uma potencial emissão de ações (follow-on) poderia ajudar a equalizar a sua estrutura de capital, entretanto não há visibilidade do prazo e o montante a ser levantado, a depender das condições de mercado.