A Vale divulgou seus balanços do 1º trimestre de 2020 ontem (28), e recebeu recomendações de compra do banco BTG Pactual e da XP Investimentos. A corretora avalia que os resultados foram em linha com o consenso e “saudáveis” considerando as circunstâncias; enquanto o banco os descreve como “estáveis, e provavelmente a baixa de 2020.”
A XP Investimentos calcula preço-alvo de R$ 61/ação. Em dólar, o alvo estimado pelo BTG é de US$ 13. O Ebitda ajustado de US$3 bilhões no período e a Vale registrou geração de caixa de US$ 380 milhões, valor US$ 947 milhões mais baixo que o do trimestre anterior.
Analistas da XP estimam que apesar de a Vale não pagar dividendos desde a tragédia de Brumadinho, “uma potencial distribuição de caixa em 2020 ainda deve estar no radar de investidores, em nossa opinião.”
“Vemos a negociação de ações em cerca de 3,5x EV/Ebtida 2020, embora os riscos para uma reintegração de seus dividendos aumentaram materialmente em 2020”, estimam especialistas do BTG, contra os 3,2x da XP.
A companhia registrou menor produção de minérios de ferro, e baixas nos preços e no volume de vendas que acompanharam o mercado internacional e “série de desafios operacionais e sazonais”, descreve o BTG em relatório. A produção de metais básicos e carvão ficou acima do consenso do BTG, enquanto a XP avalia que foram registrados “bons números [no setor], dados os volumes fracos”
O BTG espera que embora as ações da Vale sejam “inegavelmente baratas em qualquer métrica, acreditamos que a redução do risco da história da equidade será um processo gradual”. Parte disso se dá pela recuperação adiantada da China em relação ao Ocidente. “Estamos confiantes de que a Vale poderá ter um desempenho superior no curto prazo.”