O coronavírus têm impactado diretamente a economia do primeiro trimestre, mas paciência é a chave para lidar com as quedas em investimentos de renda variável. É o que recomenda o BTG Pactual em relatório especial sobre a COVID-19, publicado na última quinta-feira (27). A análise explora os efeitos do surto na economia até agora e traz previsões para o longo prazo.
O banco de investimentos destaca a desvalorização do Ibovespa e do real, que foi a moeda emergente que mais perdeu valor nominal no mundo, devido à fuga de capitais considerados de risco. A estimativa de crescimento na atividade econômica brasileira para o trimestre caiu de ~0,55% em janeiro para 0,4%, segundo o consenso Bloomberg.
Apesar desse movimento, o BTG acredita que os indicadores devem melhorar até o fim do ano. “Em todas as últimas 5 epidemias globais dos anos 2000, os principais índices de renda variável ao redor do mundo (e no Brasil) retomaram fortes rentabilidades entre 3, 6 e/ou 12 meses após o auge da epidemia”, lembra relatório.
Assim, considerando a mesma lógica para o surto de coronavírus, investidores com “ambições de longo prazo” enfrentam estresse momentâneo, diz o banco, já que as expectativas da economia real brasileira para os próximos 2 ou 3 anos não foram alteradas.
Para o BTG, embora a recuperação econômica tenha sido afetada em 2020, a COVID-19 “ainda não alterou os fundamentos macroeconômicos por trás da nova realidade de investimentos do país”, como juros baixos e inflação controlada.