Os investidores estrangeiros retiraram R$ 4,290 bilhões da bolsa brasileira em julho, até dia 22, segundo dados da B3. Esta é a maior saía mensal desde outubro do ano passado, quando os estrangeiros tiraram R$ 6,204 bilhões. Com isso, a saída de recursos estrangeiros da Bovespa no ano atingiu R$ 8,191 bilhões até dia 22.
Este pode ser o quarto mês seguido de resgate líquido de estrangeiros do mercado acionário brasileiro. Em abril, saíram R$ 745 milhões, maio, R$ 4,161 bilhões e junho, R$ 246 milhões. Somados, os quatro meses representam um resgate líquido de R$ 9,443 bilhões da bolsa brasileira.
A saída dos estrangeiros contraria as expectativas, de que o avanço da reforma da Previdência atrairia recursos externos para o mercado brasileiro. A explicação é que os estrangeiros querem a garantia de que o texto foi aprovado antes de aplicar na bolsa.
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Sem os estrangeiros, quem está garantindo a alta das ações, que já fez o Índice Bovespa subir 16,80% no ano, para 102 mil pontos, são os investidores locais, especialmente os institucionais, ou seja, fundos de pensão e de investimentos e seguradoras, e, um pouco menos, as pessoas físicas.
Neste mês, a participação dos estrangeiros caiu para 43,3%, a menor desde 2013, de acordo com dados da B3. Isso significa que, de cada R$ 100 comprados ou vendidos em ações na Bovespa, R$ 43,30 eram de estrangeiros. No ano, a participação está um pouco maior, 45,9%, mas abaixo dos 50% dos anos 2014, 2015 e 2016 e dos 48% de 2017 e 2018.
Já os institucionais aumentaram sua fatia para 31,8% em julho, acima da média do ano, de 30,3%, e dos 27,8% do ano passado. É a maior participação desde 2014.
As pessoas físicas, por sua vez, representam agora 20,1% do volume negociado, para uma média no ano de 18,3% e 17,9% do ano passado, o maior volume pelo menos desde 2014,
O volume negociado na bolsa também subiu, para R$ 15,8 bilhões por dia, 30% mais que os R$ 12,189 bilhões da média de 2018. Em julho, esse volume é ainda maior, R$ 16,842 bilhões.
Segundo Marcelo Noronha, vice-presidente do Bradesco, os estrangeiros querem ter certeza de que a reforma da Previdência vai ser aprovada. “Estive recentemente em Londres com um grande investidor e ele mostrou muito interesse pelo Brasil, quis saber detalhes do que está acontecendo, mas a parcela que ele tem investida aqui continua pequena”, disse, durante evento recente na Bovespa de lançamento do fundo com cotas negociadas em bolsa (ETF) do banco. “Foram muitas frustrações de expectativas anteriores que o estrangeiro agora quer ver a reforma aprovada antes de colocar dinheiro aqui”, diz.
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