Por Marcelo Teixeira e Nigel Hunt, da Reuters – Os contratos futuros do café robusta na ICE avançaram para uma máxima de quatro anos nesta sexta-feira, enquanto os preços do arábica saltaram 2,2%, com o foco do mercado permanecendo nas perdas da safra do Brasil e nas interrupções de embarques em grandes países produtores.
Café
O café robusta para novembro fechou em alta 24 dólares, ou 1,2%, a 2.018 dólares a tonelada, após atingir o pico de quatro anos de 2.045 dólares/tonelada.
O café arábica para dezembro fechou em alta de 4,2 centavos de dólar, ou 2,2%, a 1,922 dólar por libra-peso. "O mercado está muito forte, e não vejo razão para que se estabilize tão cedo", disse um veterano trader de café dos Estados Unidos. "Até vermos uma boa quantidade de chuvas no Brasil, que possa nos dar uma ideia clara sobre a florada do arábica e o tamanho da próxima safra, os preços seguirão muito fortes", acrescentou.
A Fitch Solutions disse em nota que a situação do Brasil, com as recentes perdas por geadas e pela seca, "ocorre em um momento em que as exportações do Vietnã estão restringidas por uma onda de Covid-19 e uma escassez de contêineres.
As dificuldades para o transporte de grãos de robusta de produtores da Ásia — como o Vietnã — para a Europa estão tornando os estoques de robusta da ICE mais atrativos.
Açúcar
O açúcar bruto para outubro fechou em alta de 0,36 centavo de dólar, ou 1,8%, a 20,04 centavos de dólar por libra-peso, após tocar mais cedo uma máxima semanal de 20,10 centavos.
Operadores disseram que o mercado foi apoiado pela perspectiva de um déficit global na próxima temporada (2021/22), guiado em parte por uma produção abaixo do esperado no Brasil.
A Organização Internacional de Açúcar (OIA) projetou nesta sexta-feira um déficit mundial de açúcar de 3,8 milhões de toneladas na temporada de 2021/22.
"O mercado continua preocupado com a safra brasileira. As chuvas que deveriam vir parecem agora mais leves e contidas no sul do Estado de São Paulo. O mercado tem um viés tecnicamente positivo", disse um corretor norte-americano.
O açúcar branco para outubro avançou 10,20 dólares, ou 2,1%, para 487,40 dólares a tonelada.