A Caixa Econômica Federal quer listar em Bolsa a bandeira de cartões Elo e o negócio de gestão de recursos de terceiros Caixa Asset até fevereiro de 2022, enquanto tenta escalar a operação de crédito no banco digital Caixa Tem antes de levá-lo ao mercado, disse o presidente da instituição, Pedro Guimarães, em entrevista à Reuters nesta terça-feira (26).
Elo
Guimarães acredita que, “mesmo com as atuais condições do mercado, o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da Elo é uma boa operação para levar ao mercado porque é uma empresa de alto crescimento”.
O executivo acrescentou que é possível fazê-lo “já em dezembro ou até fevereiro de 2022”.
A reportagem afirma que a Caixa, maior acionista da bandeira de cartões, com 41,5% do capital da empresa, o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) tentam avançar nos preparativos para listagem da Elo, que deve acontecer numa das bolsas dos Estados Unidos, para facilitar a comparabilidade com as rivais globais Visa e Mastercard.
Entretanto, o número de empresas que adiaram e cancelaram seus planos de estreia em bolsa neste ano já são mais de 60. Várias das que levaram seus IPOs até o fim tiveram que aceitar grandes cortes nos preços das ações. Em alguns casos, as ofertas só ocorreram com a garantia dos chamados investidores-âncora, prossegue a reportagem.
Guimarães garantiu que a operação vai acontecer e preferiu não responder à Reuters se o IPO da Elo seguiria esse desenho.
A agência internacional publicou em abril, com fontes, que Morgan Stanley (NYSE:MS), Goldman Sachs (NYSE:GS) e JPMorgan haviam sido escolhidos como coordenadores do IPO.
Caixa Asset
No caso da Caixa Asset, com IPO previsto para ocorrer na B3 (SA:B3SA3) até fevereiro, pode envolver a venda de até 15% da companhia ao mercado.
Segundo Guimarães, a companhia a ser listada terá cerca de R$ 500 bilhões em ativos sob gestão, já que fundos com ativos problemáticos ligados a investimentos com recursos do FGTS serão cindidos.
Caixa Tem
No caso da Caixa Tem, Guimarães afirmou à Reuters que para o banco digital criado no ano passado para pagamento de programas de distribuição de renda do governo federal, quer primeiro ter uma carteira de microcrédito de maior porte antes de pensar em retomar um plano de IPO.
Segundo o executivo, por ter acesso a custo menor de captação de recursos, a Caixa poderá mostrar a investidores que a Caixa Tem dispõe de melhores condições de reter clientes do que os bancos digitais mais recentes.
"Ninguém conversa todo mês com 40 a 50 milhões de clientes por mês", afirmou o executivo. "E a Caixa é a única em condições de emprestar para quem não tem histórico de crédito no mercado por causa das nossas características distintas", afirmou.
A reportagem da Reuters acrescenta que o adiamento no plano do IPO da Caixa Tem, antes previsto para acontecer neste ano na Nasdaq, ocorre no momento em que a expansão da base de clientes de bancos digitais começa a perder força no Brasil, enquanto investidores passam a buscar informações sobre quantos clientes fazem transações e são capazes de prover rentabilidade aos negócios.