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Carteira de crédito mantém ritmo de expansão e deve crescer 10% em 2021, diz Febraban

Projeção supera a registrada na última edição do levantamento realizada em maio

- Nataliya Vaitkevich/Pexels
- Nataliya Vaitkevich/Pexels

A carteira total de crédito deve se manter em um ritmo de expansão elevado e crescer 10,3% em 2021, aponta a Pesquisa Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de Economia Bancária e Expectativas, divulgada nesta terça-feira (6).

A projeção supera a registrada na última edição do levantamento (+ 8,2%) realizada em maio, embora ainda abaixo do atual ritmo de expansão da carteira, de 16,1%, e da estimativa do Banco Central (BC), de alta de 11,1% – o que sugere espaço para futuras revisões de crescimento por parte das instituições financeiras.

A Febraban realiza esse levantamento a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O atual levantamento, realizado entre os dias 23 e 29 de junho, reuniu as percepções de 18 bancos sobre a última ata do Copom e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para os anos de 2021 e 2022.

Carteira direcionada

Para 2021, a maior revisão ocorreu na carteira direcionada, que, de acordo com a pesquisa, deve crescer 8,2%, ante expansão projetada em 5,2% no levantamento anterior.

"Avaliamos que a revisão da carteira direcionada reflete a incorporação dos novos estímulos para o crédito, como a reedição do Pronampe, agora como linha permanente. Além disso, também contribuem positivamente o forte desempenho do crédito imobiliário, beneficiado pelas baixas taxas de juros, e a demanda aquecida por crédito rural, impulsionado pelo momento favorável do setor agropecuário", avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Carteira livre

Na carteira livre, a projeção passou de 10,1% para 11,2%, com alta no desempenho esperado para a carteira pessoa jurídica (de + 9,6% para + 10,4%) e para a carteira pessoa física (de + 10,3% para + 12,6%).

"As revisões positivas decorrem da perspectiva de uma recuperação mais sustentável da economia no 2º semestre, impulsionados pela maior flexibilização das medidas de distanciamento e pelo avanço da vacinação no país", acrescenta Sardenberg.

Carteira pessoa jurídica

A pesquisa também capturou alguma divergência entre os entrevistados sobre a trajetória do crescimento da carteira pessoa jurídica neste ano.

Para 46,7% dos participantes, o ritmo de expansão da carteira deve seguir desacelerando, em função da redução dos programas públicos de crédito, do mercado de capitais aquecido (substituindo o crédito bancário) além do fato de as grandes empresas estarem capitalizadas, devido a expressiva tomada de crédito no período inicial da crise, diminuindo a necessidade de novos aportes.

Para 40% dos respondentes, no entanto, o crescimento da atividade econômica deve compensar parte destes fatores.

2022

Para 2022, as projeções também foram revisadas para cima. Para a carteira total, a expansão esperada ficou em 7,7%, ante 6,9% na pesquisa anterior, puxada tanto pela carteira com recursos livres (+9,2% ante +8,5%) quanto pela carteira direcionada (+5,1% ante +4,0%).

Em relação à expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre, o levantamento atual mostrou ligeira melhora em relação ao anterior.

Para 2021, a nova projeção recuou 0,1 ponto percentual, de 3,6% para 3,5%, enquanto a taxa esperada para 2022 ficou estável em 3,7%.

Em ambos os casos, as projeções seguem abaixo do patamar pré-pandemia, quando a taxa rodava em torno dos 4,0%, sinalizando que, apesar da alta esperada, a elevação da inadimplência não deve ser tão significativa.

Com informações da Assessoria de Imprensa da Febraban.