O Grupo Casas Bahia (BHIA3) pediu recuperação extrajudicial para reperfilamento de dívidas no valor de R$ 4,1 bilhões (cerca de 30% do total do passivo remunerado da Companhia, incluindo desconto de recebíveis).
Para a Ágora Investimentos e o Bradesco BBI, em relatório dos analistas Pedro Pinto e Flávia Meireles, o movimento é muito positivo.
"Os termos e valores propostos no plano de Recuperação Extrajudicial são significativos para proporcionar alívio: a empresa acabará por melhorar seu fluxo de caixa em R$ 4,3 bilhões nos próximos 4 anos – isso significa cerca de 8x o valor de mercado atual da BHIA3 de R$ 517 milhões, cujo preço já incorpora a já amplamente conhecida estrutura de capital complexa e situação de fluxo de caixa da empresa", afirmaram.
Além disso, os analistas afirmaram que o alívio de fluxo de caixa de R$ 1,5 bilhão para 2024, por exemplo, é superior ao EBITDA ajustado dos últimos 12 meses (R$ 1,2 bilhão).
"No final das contas, esta medida traz uma importante margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo da Casas Bahia e, até certo ponto, diminui os riscos de preocupações com liquidez", explicam.
Por fim, os analistas ressaltam que a administração da empresa pode agora ter um foco e fazer um esforço maior na execução do seu plano de transformação sem a distração de resgates significativos de caixa que acontecem no curto prazo.
Apesar da análise, as casas mantêm a recomendação neutra para a ação da companhia.