Futuro incerto

Cemig (CMIG4): Silveira e Zema trocam críticas sobre gestão da companhia

A venda de ativos da Cemig (CMIG4) faz parte de um plano mais amplo do governo de Minas para quitar dívidas estaduais

Cemig (CMIG4): Silveira e Zema trocam críticas sobre gestão da companhia

A Cemig (CMIG4) voltou a ser tema de debate após a venda de quatro usinas hidrelétricas para a Âmbar Hidroenergia, empresa do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

A transação foi aprovada sem a realização de referendo popular ou consulta à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALEMG), o que gerou críticas do ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG), durante um evento da Gerdau (GGBR4) nesta terça-feira (11).

Ministro critica venda de usinas por joint venture de Cemig (CMIG4) e Vale (VALE3)

Silveira argumentou que a venda da Aliança Energia, joint venture da Cemig (CMIG4) com a Vale (VALE3), foi um erro estratégico, e comparou a transação com a privatização da Eletrobras (ELET3) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com ele, a Cemig trata-se de um ativo fundamental para o Estado de Minas Gerais e deveria ser preservada como patrimônio público.

Sabemos que nosso Estado saiu de uma vez em 2019 de R$ 112,0 bilhões para R$ 165,0 bilhões. E uma das possibilidades seria que Minas pague essa dívida com ativos, e um dos ativos, a Cemig. Mas nós não podemos, como o governo passado [Jair Bolsonaro] um erro grave, que foi vender a Eletrobras. Não podemos repetir isso com a Cemig e a venda da Aliança foi um equívoco nesse sentido, afirmou o ministro.

O que respondeu o Governo de Minas Gerais?

O governador Romeu Zema (Novo) rebateu as críticas de Silveira, e defendeu a gestão de sua administração sobre o setor energético do Estado.

Segundo o político, sua gestão tem investido fortemente na infraestrutura elétrica, com a construção de 230 novas subestações, e mais de 120 já foram entregues.

A venda de ativos da Cemig (CMIG4) faz parte de um plano mais amplo do governo de Minas para quitar dívidas estaduais por meio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

No entanto, a medida enfrenta resistência na Assembleia Legislativa, onde opositores afirmam que a venda pode desvalorizar a estatal e comprometer sua atuação no setor energético a longo prazo.

As informações são do jornal Valor Econômico.