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China e Alemanha tentam evitar piora da economia com gastos e crédito

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Duas das mais importantes economias do mundo, China e Alemanha, estão tomando medidas para evitar a queda da atividade da economia e o risco de recessão. Na Alemanha, o ministro das Finanças disse ontem que o país pode contar com o lado fiscal para conter qualquer futura crise econômica, sinalizando a possibilidade de liberação de 50 bilhões de euros em gastos extras para combater a recessão, depois que o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 0,1% no segundo trimestre e os dados de confiança na economia despencaram.

Já a China, segunda maior economia do mundo, depois de mexer na taxa de câmbio e anunciar incentivos para alguns setores, divulgou mudanças nas taxas de juros dos empréstimos para as empresas. A reforma da Long Prime Rate (LPR, ou taxa referencial dos empréstimos longos) pode levar a um corte de taxa a curto prazo, reforçando os esforços de flexibilização dos reguladores chineses, diz o banco americano Morgan Stanley. Mas o apoio ao crescimento do crédito pode ser relativamente moderado e não pode compensar totalmente a desaceleração do crescimento. A longo prazo, a mudança é que a taxa pode ser mais definida pelo mercado e menos pelo governo chinês.

A medida faz parte do compromisso do Conselho de Estado da China de aliviar os custos de empréstimos corporativos, anunciado na sexta-feira. Assim, no sábado, o Banco do Povo da China (PBoC) anunciou um novo mecanismo de fixação de preços para a taxa básica, afirmando que “será capaz de usar métodos baseados no mercado para ajudar a reduzir os juros”.

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Para o Morgan Stanley, será um passo fundamental para unificar gradualmente duas “faixas” da taxa de juros – as taxas baseadas no mercado do PBoC desenvolvidas nos últimos anos e suas taxas de juros e depósitos bancários de referência. O banco acredita que o BC chinês têm dois objetivos: reduzir os custos de financiamento das empresas, uma vez que a economia desacelera no curto prazo, e aumenta o efeito da política monetária, de juros mais baixos, no longo prazo.

Com isso, os bancos devem tomar a nova linha em vez da tradicional taxa de juros de referência para estabelecer novas taxas de empréstimo, e serão impedidos de estabelecer um piso nas taxas de empréstimo de forma coordenada. De acordo com o novo mecanismo, 18 bancos participantes apresentarão mensalmente ao banco central as taxas de empréstimo para seus melhores clientes, que estão vinculados a uma taxa de operações de mercado aberto controladas pelo PBoC, principalmente a facilidade de empréstimo de médio prazo (MLF). A taxa LPR será publicado todos os meses no dia 20, a partir de 20 de agosto.

No curto prazo, a medida poderia levar a um corte de taxa, dentro dos esforços de flexibilização defensiva do governo para apoiar uma economia em desaceleração. Para garantir uma taxa de empréstimo mais baixa, o BC pode cortar as taxas de médio prazo ou reduzir o spread entre as cotações de longo e médio prazo. Enquanto isso, convergir as duas faixas de taxa de juros é um passo significativo em direção a um sistema mais baseado no mercado: a longo prazo, as instruções do BC poderiam ser menos freqüentes e, assim, o LPR gradualmente seria mais determinado pelo mercado.

Mas por que não um corte de taxa convencional? Para o Morgan Stanley, os formuladores de políticas chineses estão traçando uma linha muito delicada neste ano, com o objetivo de aliviar os custos de empréstimos corporativos, mas não alimentando os preços dos imóveis ou a inflação, comprometendo a estabilidade financeira. Em comparação com um corte convencional da taxa de juros, o corte da taxa LPR na forma de reforma não afetará as taxas de empréstimos e hipotecas existentes. Assim, pode ser visto como um sinal de afrouxamento menos agressivo, diz o Morgan Stanley.

O banco, porém, tem dúvidas sobre se essa medida será suficiente para deter a queda da economia chinesa. Ela se soma a um aumento de gastos da ordem de 0,75% a 1% do PIB do governo em projetos de infraestrutura nos próximos meses. Mas as mudanças dos juros não afetarão os empréstimos imobiliários já feitos, enquanto os investimentos novos seguem perdendo força.

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