A China lidera a corrida na transição para veículos elétricos (EV), à frente da Suécia e da Alemanha, em segundo e terceiro lugares, respectivamente, no Índice de Prontidão do País para Veículos Elétricos, da consultoria EY.
Um forte setor de fabricação de baterias, ampla infraestrutura de carregamento e políticas governamentais ajudam a impulsionar a China para o topo do índice, que classifica os 10 principais mercados automotivos em todo o mundo e representa 75% do mercado global de veículos leves – medido com base na oferta, demanda e regulamentação.
A expectativa é de que as vendas de EVs superem as de todos os outros veículos na China, Europa e Estados Unidos até 2033.
“Não se trata de uma competição, mas o índice destaca claramente que alguns mercados estão se saindo melhor do que outros. Após a COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), a descarbonização do transporte deve ser uma das principais alavancas para ajudar o mundo a enfrentar as mudanças climáticas”, diz Randy Miller, líder global de Mobilidade e Manufatura Avançada da EY.
Miller afirma que “se os países desejam reduzir suas emissões de carbono, os governos e a indústria precisam trabalhar juntos para enfrentar o desafio, adotando uma regulamentação sensata e facilitando cadeias de abastecimento robustas e a demanda do consumidor”.
“O índice e as pesquisas que o sustentam podem ser usados para ajudar governos e fabricantes a avançarem mais no caminho em direção a um futuro descarbonizado”, conclui.
No Brasil, atualmente há cerca de 45 mil veículos leves eletrificados, entre híbridos (com motor a combustão e elétrico) e os 100% elétricos.
Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), com base no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Os pesados – caminhões e ônibus – não entram nessa conta.
Em 2020, segundo a ABVE, foram vendidas 19.745 unidades eletrificadas, cerca de 1% do total de veículos leves emplacados no Brasil no mesmo período – 1.950.889, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A tendência é que os números cresçam nos próximos anos. “Até 2030, entre 15% e 20% dos veículos brasileiros serão elétricos, segundo projeções da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores)”, explica o sócio-líder da EY para o setor automotivo no Brasil, Marcelo Frateschi.
Grau de ambição
De acordo com o índice, os maiores mercados estão se preparando para uma aceleração na adoção da mobilidade eletrônica, mas com vários graus de ambição e urgência.
China, Suécia e Alemanha lideram atualmente a classificação devido aos principais pontos fortes do mercado de EV, como presença de fabricante de equipamento original, suporte de política e fornecimento de bateria.
O Reino Unido está em quarto lugar no geral, mas está à frente da Suécia e da Alemanha, na terceira posição nas categorias regulatória e de prontidão para demanda.
Os Estados Unidos ficam atrás dos principais mercados europeus em termos de demanda de EVs, em parte devido à falta de metas de eliminação progressiva do motor de combustão interna em todo o país e à contínua percepção do consumidor com menos poder aquisitivo em relação aos EVs.
Canadá, Itália e Índia ocupam as três últimas posições do ranking.