As perspectivas para a inflação global pioraram com a invasão russa à Ucrânia. Nas últimas três semanas, os preços do petróleo, gás natural, carvão e alumínio bateram máximas recordes. Commodities agrícolas como grãos e algodão também mostraram altas importantes.
Na visão da Marilia Fontes, analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, a alta nos preços das commodities e a pressão sobre a inflação corrente estão se mostrando mais persistentes e disseminadas. Nesse sentido, será mais difícil controlar o cenário inflacionário atual e, talvez, o pior ainda não tenha passado.
A analista sugere cautela para apostar nos títulos prefixados ou IPCA+ de longo prazo (acima de quatro anos). e lembra que os títulos de médio prazo (dois a quatro anos) podem não ser uma opção tão boa quando as taxas de juros sobem porque dão prejuízo de marcação a mercado.
Outro ponto destacado é que o FED, o banco central americano, não deverá conseguir controlar o aumento de preços nos Estados Unidos com uma taxa de juros indo para 2%, visto que a inflação no país já está em 7,5% e vai continuar pressionada pelo forte aumento nos preços de algumas commodities.
"Por esse motivo, reforçamos que se trata de um momento delicado para o Brasil e para o mundo. É hora de sermos conservadores e de não correr riscos desnecessários", orienta.
"Estamos cientes da atratividade das taxas de juros nas alturas, mas fiquem tranquilos. Com a Selic indo para 12,5%, vamos obter ganhos de aproximadamente 1% ao mês nos títulos pós-fixados".