Alta volatilidade

Com operação militar russa na Ucrânia, para onde vai o dólar?

Moeda caiu para R$ 5 pela primeira vez desde junho do ano passado e tensões no leste europeu ainda não tinham impactado o câmbio

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Nesta quinta-feira (24), por volta das 8:26, o Índice Dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 1,07%, a 97,22.

Na véspera, beneficiado pelos altos juros no Brasil e pela valorização mundial das commodities (bens primários com cotação internacional), o dólar caiu para R$ 5 pela primeira vez desde junho do ano passado. 

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (23) vendido a R$ 5,004, com recuo de R$ 0,048 (0,95%). A cotação operou em baixa durante todo o dia. Perto do fim das negociações, a moeda atingiu várias vezes R$ 4,99.

No menor nível desde 30 de junho do ano passado, o dólar acumula queda de 5,7% em fevereiro. Em 2022, o recuo chega a 10,23%, o que garante ao real o melhor desempenho global no ano entre as principais moedas.

O conflito entre Rússia e Ucrânia ainda não impactou o câmbio

A instabilidade no leste europeu ainda não foi sentida no câmbio. Dois fatores contribuíram para isso: o primeiro foi a migração de fluxos externos para países emergentes por causa da alta de diversas commodities, cujos preços subiram nos últimos dias com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.

O dólar caiu, de forma geral, perante as moedas de países exportadores de minérios e produtos agrícolas.

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O segundo fator foi o alto nível dos juros no Brasil, que torna o país mais rentável para o capital financeiro internacional. Atualmente, a taxa Selic (juros básicos da economia) está em 10,75% ao ano, no maior nível desde julho de 2017.

Nas projeções de economistas que compõem o Boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central, o dólar não vai ficar abaixo dos R$ 5 em 2022. A última edição, divulgada na segunda-feira (21), aponta que a moeda norte-americana encerra o ano a R$ 5,50, com estimativas de que caia a R$ 5,36 no ano que vem.

Contribuem para esse fundamento as sinalizações de que o Federal Reserve deve anunciar aumento nos juros dos Estados Unidos ao longo do ano e as eleições presidenciais brasileiras agendadas para outubro.

Por volta das 9:25 desta quinta-feira (24), entretanto, o dólar futuro se distanciava da mínima em meses e avançava 0,51%, a R$ 5,0405.

Com informações de Agência Brasil, IstoÉ Dinheiro e Reuters.

*Matéria atualizada às 9:26 para a inclusão da cotação do dólar futuro.