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Com possível fusão, Americanas e B2W brigariam de igual para igual com concorrentes, dizem analistas

Filial da Lojas Americanas situado na Rua Riachuelo, na Lapa, Rio de Janeiro, Brasil. - Eduardo P via Wikimedia Commons
Filial da Lojas Americanas situado na Rua Riachuelo, na Lapa, Rio de Janeiro, Brasil. - Eduardo P via Wikimedia Commons

As Lojas Americanas (LAME4) anunciaram no dia 19 de fevereiro que estão realizando um estudo de uma possível fusão de operações com a B2W (BTOW3), para “maximizar a experiência do cliente em uma nova jornada de criação de valor do Universo Americanas". A notícia agradou o mercado, que, na última segunda-feira (22), fez as ações preferenciais das Lojas Americanas dispararem mais de 20%, atingindo a cotação de R$ 29,09 — nesta sexta-feira (26), por volta das 16h03, o papel operava em baixa de 2,08%, valendo R$ 25,44.

Em relatório divulgado no dia 22 de fevereiro, a casa de análises Levante Ideias disse que, com uma eventual fusão, as empresas criariam uma plataforma omnicanal que consolidaria os dados dos clientes, permitindo uma melhor estratégia para monetizar e fidelizar seus clientes. “Uma abordagem comercial unificada, estratégias de marketing e precificação únicas também deve gerar valor para as companhias”, disseram na nota.

O BTG compartilha da visão positiva para a operação. Segundo documento do banco, também divulgado no dia 22 de fevereiro, os benefícios seriam um banco de dados integrado de gestão de relacionamento com o cliente, estoque integrado e a capacidade de explorar mais oportunidades de publicidade devido à grande base de tráfego.

Para o economista e presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), Claudio Felisoni de Angelo, um dos principais pontos da operação em estudo é o compartilhamento de despesas entre as duas companhias, que acabariam se tornando players mais competitivos para concorrerem com Magalu, e Mercado Livre, principalmente.

“Pode superar a Magazine Luiza ou o Mercado Livre? Pode. Com a fusão, as empresas passariam a operar com custos muito mais baixos, porque elas iriam ratear as despesas em função da sinergia das operações. Teria um custo médio menor”, afirma.

Para Felisoni, o principal entrave da operação seria a questão jurídica, em relação, principalmente, ao registro no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Mas outros aspectos relacionados aos processos da união poderiam comprometer a operação.

“Quando você faz um casamento, a convivência não é uma coisa simples. Existem muitos processos de fusão que não dão certo, e muitos que dão certo. Os riscos são os riscos naturais de qualquer processo de fusão, culturas diferentes, processos diferentes, estruturas de poder distintas. Vai ser necessária habilidade para que se construa uma única companhia no lugar de duas empresas separadas”, explica.

Por fim, o economista diz que o mercado já digeriu o anúncio da operação das varejistas e a expectativa é de que a ação da Americanas não apresente altas a ela relacionadas: “a notícia da fusão já repercutiu no valor da ação e já precificaram isso”.