Azul Gol

Com queda na demanda por voos, Azul e Gol tombam mais de 10%

Por Gabriel Codas

Investing.com – Na tarde desta quarta-feira, as ações duas companhias aéreas negociadas na bolsa brasileira operam com perdas, em um cenário negativo com uma série de cancelamento de viagens, restrições de circulação e quarentenas em diversos países. Além disso, a escalada do dólar comercial pressiona os custos mesmo com a forte queda recente do petróleo.

Assim, por volta das 14h20, os ativos da Azul (SA:AZUL4) perdiam 14,93% a R$ 30,78, enquanto que os da Gol (SA:GOLL4) recuavam 12,45% a R$ 16,04.

Na noite de ontem, a Azul informou que reduziu as frequências de voos internacionais para a Flórida (EUA) e para Porto (Portugal), em meio aos desdobramentos da epidemia do coronavírus, as declarações forma dadas pelo presidente-executivo da companhia, John Rodgerson.

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Embora não tenha citado números, Rodgerson afirmou que o ajuste tem impacto irrelevante nas operações da companhia, dado que apenas 12 dos mais de 900 voos diários operados pela Azul são internacionais.

“Estamos reduzindo frequências para a Flórida e para Porto”, disse Rodgerson à Reuters, citando a queda da demanda por passagens e o aumento dos custos devido à alta do dólar.

De acordo com Rodgerson, as operações domésticas “estão controladas” e não houve reduções de frequências por conta do coronavírus. O executivo alertou, porém, que devido a questões sazonais e também à alta do dólar, a empresa pode reduzir algumas frequências domésticas no segundo trimestre.

“Nossa maior preocupação no momento é a alta do dólar”, disse em entrevista por telefone.

Já o fundador, principal acionista e presidente do conselho de administração da Azul, David Neeleman, afirmou na conversa que o mercado de aviação tende a se estabilizar nos próximos meses à medida que as pessoas entendam melhor a dimensão dos riscos do coronavírus.

“As pessoas logo vão se dar conta de que a dengue é muito pior”, disse Neeleman. “Eu peguei 10 voos nos últimos 12 dias, não tive problema nenhum”, acrescentou, citando expectativa de que a disseminação da doença tenda a sumir por volta de maio, quando as temperaturas começarem a subir no Hemisfério Norte