Acusações de assédio

Comissão de Ética Pública inicia apuração de denúncias contra Ministro Silvio Almeida

Fontes do ministérios indicam que Lula já decidiu pela demissão do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Tânia Rego, da Agência Brasil

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu iniciar um processo administrativo para investigar as alegações de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. A decisão foi tomada após a ONG Me Too Brasil tornar públicas as acusações que envolvem o ministro na última quinta-feira (5).  

Processo contra Almeida e procedimentos 

Com a abertura do processo administrativo, Almeida tem um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa perante a Comissão de Ética Pública.  

A investigação será conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU), pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela Polícia Federal (PF). A Comissão de Ética, que se reuniu de forma extraordinária para tratar do caso, pode determinar diversas ações dependendo do resultado da investigação. 

Acusações e resposta 

A ONG Me Too Brasil revelou que recebeu denúncias anônimas de assédio sexual praticado por Almeida no ano passado. Entre as supostas vítimas, consta a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco.  

Almeida, por sua vez, negou as acusações em uma nota oficial e em um vídeo publicado nas redes sociais. O ministro assegurou que cooperará totalmente com as investigações. 

Decisão presidencial e estratégia de saída de Almeida

Fontes dos ministérios envolvidos na crise confirmaram que a questão agora não é se Almeida será demitido, mas sim como essa demissão será efetivada, segundo a coluna da Malu Gaspar no O Globo.  

Lula está buscando uma maneira de permitir que Almeida peça sua saída de forma voluntária, evitando um processo de exoneração abrupto. Caso o ministro não concorde em sair por vontade própria, será formalmente demitido.  

A primeira-dama, Janja, e diversos outros ministros já estavam cientes das denúncias há semanas. Janja, inclusive, compartilhou uma foto com Anielle Franco nas redes sociais. Isso foi interpretado como um indicativo de que a permanência de Almeida no governo tornou-se insustentável.