Comitê elétrico reduz intervalo de reuniões para acompanhar suprimento

Em razão do cenário de escassez de chuvas, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu hoje (6) diminuir o intervalo entre as reuniões para acompanhar as condições do suprimento de energia no país. De acordo com o comitê, responsável por monitorar as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do país, as previsões meteorológicas apontam para ocorrências de chuvas nos próximos dias, o que pode resultar em recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país, que estão com volume abaixo da média histórica.

“Para o melhor acompanhamento do cenário, o comitê vai reduzir o intervalo de suas reuniões para, de posse de dados atualizados em prazos mais curtos, avaliar as condições de atendimento, e, se for necessário, adotar medidas para aumento da disponibilidade de geração após análise dos custos associados”, informou o CMSE por meio de nota.

O CMSE já marcou uma reunião extraordinária para próxima sexta-feira (8).

Pouca chuva

Dados meteorológicos mostram que em janeiro predominou no país cenário de pouca chuva, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, a quantidade de água que chegou aos reservatórios das hidrelétricas, responsáveis por 64% do parque gerador nacional, ficou abaixo da média histórica em todos os subsistemas.

Os dados apresentados na reunião de hoje, apontam que o armazenamento nos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste ficou em 26,5%; no Sul, em 44,5%; no Nordeste, em 42,1% e no Norte em 30,6%. De acordo com o comitê, para fevereiro, há possibilidade de melhoria dessas condições no Sudeste/Centro-Oeste e no Norte, com a possibilidade de os armazenamentos fecharem o mês em 27,9% e 45,8%, respectivamente. Já para o Sul e o Nordeste, as previsões indicam piora com os reservatórios no término do mês em 41,4%, no Sul, e 40,9%, no Nordeste.

“As previsões para os próximos dias indicam o aumento das precipitações, porém o solo permanece seco e a resposta em termos de vazão dependerá da permanência da ocorrência de chuvas”, disse o CMSE.

Termelétricas

Na segunda-feira (4), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que a reunião do CMSE desta quarta-feira também analisaria a possibilidade de o governo autorizar o acionamento de todas as usinas termelétricas a gás disponíveis, para auxiliar no suprimento de energia. Mas não houve deliberação a respeito.

Na última sexta-feira (1º), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prorrogou, por tempo indeterminado, a operação de 14 termelétricas, cujo custo de produção de energia é mais caro, instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Juntas, as usinas somam pouco mais de 2 mil MW de capacidade instalada.

A Aneel justificou a medida afirmando que a prorrogação da operação das usinas se deve a alterações nos contratos de suprimento do combustível. Essas alterações contratuais ocorreram em função da mudança de regulamento feita no ano passado sobre penalidades por falta de combustível.