O Banco Central (BC) anunciou, no final da tarde desta quarta-feira (17), que elevará a taxa básica de juros brasileira, a Selic, em 0,75 p.p (pontos percentuais), para 2,75% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime e marcou a primeira alta da taxa nos últimos seis anos.
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Mas você sabe como essa decisão pode afetar os seus investimentos?
Para responder a essa pergunta, primeiro é preciso entender que a Selic é uma referência para o mercado bancário nacional e internacional. Ela é usada, por exemplo, na realização de financiamentos com apenas um dia de duração, chamados de overnight. Além disso, diversas aplicações da renda fixa têm seus rendimentos atrelados à taxa.
Com a alta, que encerra um ciclo de manutenções e quedas que começou em 2015, o estrategista da Ativa Investimentos Luiz Fernando Carvalho recomenda que a renda fixa deve voltar a ser parte significativa do portfólio dos investidores.
Na hora de escolher as aplicações, Carvalho afirma que o mais indicado é buscar indexadores flutuantes que evitam perdas ligadas à inflação: “podem ser utilizados o CDI ou o IPCA+, por exemplo”. Entre os produtos que o mercado financeiro oferece para isso, o estrategista cita os fundos imobiliários, debêntures e CDB’s.
Não se esqueça da renda variável
A Rico Investimentos também recomenda um aumento na exposição a fundos e outras aplicações que remuneram de acordo com a Selic. Contudo, a corretora destaca que ativos de renda variável ainda são importantes para garantir rentabilidades superiores.
Em sua publicação matinal, divulgada nesta quarta-feira (17), a Rico lembra que, mesmo com a alta, a taxa ainda não garante juros reais acima da inflação. Ou seja, na prática, o dinheiro investido não ganha poder de compra.
Entre as ações que se beneficiam diretamente da alta nos juros, a corretora cita os bancos e seguradoras. Essas instituições podem aumentar seus spreads — o quanto ganham nas operações — para potencializar sua receita e a rentabilidade dos papéis.