Com a pandemia do novo coronavírus, famílias e companhias recorreram ao crédito como alternativa para enfrentar a crise econômica. As concessões de empréstimos entre 01 de março e 21 de agosto de 2020 somam R﹩ 1,8 trilhão, segundo levantamento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), considerando também os dados de março a julho do Banco Central. As operações no segmento livre de crédito para empresas, as pessoas jurídicas, chegam a R$ 170 bilhões.
Já entre 16 de março e 21 de agosto, 14,2 milhões de contratos foram renegociados, somando um saldo devedor de R$ 810 bilhões — dentro desse valor, as parcelas suspensas, que assim ficam entre 60 e 180 dias, no período representam R$ 110,5 bilhões. As pequenas empresas e as pessoas físicas são os mais beneficiados pela possibilidade, com R$ 62,2 bilhões em pagamentos prorrogados.
O mercado de crédito, que já vinha crescendo em 2019, apresentou alta em concessões no período de março a julho, segundo dados do Banco Central (veja tabela abaixo). No entanto, enquanto os valores caíram para pessoas físicas, teve variação positiva de mais de 16% para PJs.
Março – julho/2020 (milhões de R$) | Março – julho/2019(milhões de R$) | Variação | |
Total de concessões | 1643608 | 1577706 | 4,2% |
PF | 797390 | 853199 | -6,5% |
PJ | 846218 | 724507 | 16,8% |
Apesar dos receios quanto à inadimplência e o aumento do risco de crédito durante o período, as taxas de juros e os spreads bancários (o ganho das instituições com essas operações) caíram durante o período. Entre março e julho, os juros recuaram de 23,1% para 19,1% ao ano, enquanto o spread médio foi para para 15,5%, contra 18,6%.
Quem segura o mercado de crédito?
Mesmo com a crise e a cautela persistente, a incidência de calote permanece em queda, com taxa de 5,07% entre pessoas físicas em julho. Esse número vem sustentado, em grande parte, pelo auxílio emergencial distribuído pelo governo desde abril — e que foi estendido até dezembro.
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Além disso, contribui para a resiliência do mercado de crédito as renegociações de dívidas. Entre elas, destaque para o refinanciamento, que cresceu 45,9% em relação ao mesmo período de 2019.