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Como o Open Finance vai ajudar as PMEs brasileiras

As necessidades das empresas são bem mais complexas do que as das pessoas físicas

- You X Ventures via Unsplash
- You X Ventures via Unsplash

Por que é tão comum que MEIs e PMEs sejam as últimas a se beneficiar das melhorias ou inovações tecnológicas disponíveis no setor financeiro? Ou ainda, qual é a razão para que tanto players mais tradicionais, como os bancos, quanto empresas inovadoras priorizem as inovações para pessoas físicas?

Bom, atender autônomos e empresas é bem mais complexo do que atender pessoas físicas (CLT), devido às características específicas de cada negócio ou indústria. As receitas e os gastos variáveis e, em muitos casos, o histórico de vida reduzido da empresa fazem com que oferecer serviços como empréstimos, por exemplo, seja uma tarefa para aventureiros.

Mas, por que não aproveitar as tecnologias já existentes para diminuir o risco envolvido assim como aumentar o conhecimento acerca da saúde do negócio? Os atrativos em atender empresas, como se sabe, são muito superiores do que os de atender uma pessoa física, principalmente pelo fato que gerenciar um negócio requer diversos tipos de serviços financeiros diferentes, inclusive um gerenciamento muito mais personalizado.

Logo, o que fazer para que toda essa tecnologia chegue num momento tão crítico de acesso à capital e liquidez para milhares de PMEs no Brasil? O Open Banking, compartilhamento e portabilidade dos dados bancários, chegou no momento certo. Empresas, mais do que pessoas físicas, têm relação ativa com vários bancos e instituições financeiras pela necessidade de crédito para suas operações. Então, a consolidação dos dados é essencial para um bom gerenciamento do fluxo de caixa da empresa e para evitar imprevistos. 

Estamos vendo cada vez mais propostas digitais para PMEs, como a Celero, um gerenciador financeiro para PMEs no mesmo estilo do Guiabolso, que estão focadas precisamente nessa grande dor das empresas. A falta de liquidez é a principal causa de morte das startups e empresas no mundo inteiro mesmo quando o negócio é viável economicamente; logo, o surgimento de propostas digitais que resolvam esse problema são mais do que necessárias. 

Outras inovações que estão chegando (e crescendo) são aquelas focadas na eficiência do negócio. Mas por que ainda não existe um Nubank para empresas? Alguém que venha trazer mais simplicidade ao processo, desde a abertura da conta até o gerenciamento do dia a dia da empresa, e que esteja exclusivamente focado nas necessidades atuais deste nicho.

Felizmente, já vemos várias propostas encaminhadas neste sentido, porém ainda com um longo caminho pela frente para crescer e chegar a todas as empresas no país. Estamos falando de contas digitais como Conta Simples, Cora, Linker, focadas 100% nessa outra dor das empresas.

Assim como o Nubank fez em seu início, começaram com uma proposta de valor simples: conta corrente, cartão, PIX.. Porém, como já vimos, as necessidades das empresas são bem mais complexas do que as das pessoas físicas. 

O Open Finance, que abrange o escopo do Open Banking, chega também para ajudar nesse cenário, construindo um futuro onde as empresas poderão reunir todos os serviços financeiros, como notas, folha de pagamento e dados comerciais, em um só lugar. Uma visão ambiciosa mas nada utópica, com todos os avanços tecnológicos e regulamentares que temos visto nos últimos tempos.

O novo modelo vai permitir que PMEs usem suas plataformas favoritas e sigam consumindo os produtos financeiros mais complexos das entidades financeiras tradicionais, abrindo um espaço sem precedentes para a inovação.

Agora, com todos esses fatos, eu retomo a provocação inicial. Será que as PMEs vão ficar para trás?