Todos temos sonhos de consumo que queremos realizar ao longo da vida. Comprar um carro, smartphone de última geração, aquela viagem para o exterior Enfim, são muitos os desejos com valor fora do nosso poder de compra do dia a dia.
E, para atrapalhar ainda mais, frequentemente nós dificultamos ainda mais a situação, comprando uma roupa ou um acessório que não precisamos apenas para descontar o stress.
Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em parceria com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), em 2018, revelou que 60% das pessoas costumam comprar por impulso, principalmente itens de vestuário, calçados, acessórios e eletrônicos.
O levantamento foi realizado em 27 capitais brasileiras e mostrou que o ambiente digital estimula ainda mais esse hábito: 33% dos entrevistados responderam que a internet é o meio que mais estimula a compra, pela facilidade e prazos de pagamentos e que, por isso, é mais difícil resistir à compra.
Cuidado com a compra a prazo e o crédito
A compra a prazo é uma das melhores amigas e ao mesmo tempo grande vilã da economia doméstica.
Infelizmente, é difícil comprar tudo o que queremos à vista, uma vez que a renda média dos trabalhadores no nosso país está em torno de R$ 2.500, segundo levantamento da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no primeiro trimestre deste ano.
Ou seja: o ganho mensal médio do brasileiro equivale ao custo de um smartphone de linha intermediária.
Se pensarmos no valor atual dos carros “populares” a partir de R$ 40 mil -, fica mais difícil ainda. Seriam necessários em média 16 meses de trabalho para sair de uma concessionária dirigindo um modelo zero quilômetro. Isso, é claro, se você não gastar com absolutamente mais nada durante esse período, o que é impraticável.
Ou seja, compras a prazos e financiadas não vão sair das nossas vidas tão cedo. Mas é possível tomar alguns cuidados e fazer compras mais inteligentes, utilizando investimentos para poupar o dinheiro e comprar à vista, evitando o financiamento e os juros altíssimos que os acompanham.
Em primeiro lugar, aprenda a lidar com o impulso e administre melhor o seu crédito
Não é preciso ter medo ou raiva daquele cartãozinho de plástico na sua carteira. Em vez disso, veja ele como um aliado. O cartão de crédito pode ser muito útil quando aprendemos a utilizá-lo. Só tome alguns cuidados:
1. Cartão de crédito não é “mais dinheiro”: Se o seu salário acabou antes de o próximo chegar, tente se organizar melhor para o próximo mês em vez de recorrer ao crédito, evitando um ciclo de utilizar o cartão todos os meses;
2. Defina um limite que cabe no seu bolso: Do que adianta ter R$ 7 mil de limite no cartão se o seu salário é de R$ 2.500?
É normal os bancos aumentarem periodicamente o seu limite se você paga em dia ou faz muitas compras com ele. Mas não caia nessa armadilha: educadores financeiros recomendam deixar um limite de, no máximo, 40% da sua renda;
3. Veja qual é o melhor dia para comprar: Quando você compra na data certa, ganha ao todo 40 dias até começar a pagar pela sua compra. Assim, pode se planejar melhor;
4. Deixe o cartão em casa: Fica mais difícil comprar por impulso naquela lojinha do caminho do trabalho se o cartão estiver na gaveta.
Procure utilizar o crédito somente para compras de produtos que você realmente precisa, mas não tem como comprar à vista.
Por exemplo: seu celular quebrou ou foi roubado e não é possível ficar sem. Em um caso como esse, o crédito será um salvador. Se não é uma compra urgente e necessária, vale a pena se programar.
Programe-se para ter o que você quer, quando você precisa (e mais barato)
Planejamento e disciplina são duas palavras-chave para realizar qualquer sonho de consumo. Como vimos, a população em geral não consegue comprar um carro de cerca de R$ 40 mil do dia para a noite.
Por isso, o mais comum é recorrer a financiamentos, muitas vezes de 100% do valor do veículo, em prazos de 60 meses (cinco anos) ou mais.
Apesar de comum, essa forma de compra sai cara para o consumidor, que paga juros altíssimos e, não raro, na quitação o valor pago pelo carro representa quase o dobro do que ele vale.
Segundo educadores financeiros, a chave é ter calma e programar a compra. Se não é urgente e necessário, aguarde um pouco mais para ter um carro e crie uma carteira de investimentos para guardar e fazer render o valor proporcional às parcelas do financiamento.
Simule, se informe e invista
Com a taxa Selic recentemente ajustada para 4,25%, indicando ciclo de alta dos juros no País, investimentos de renda fixa, como o Tesouro Direto considerados seguros para quem quer investir em longo prazo -, começarão a rentabilizar cada vez mais.
É claro que rentabilidade passada não significa rentabilidade futura, mas hoje o mercado oferece muitas opções de investimentos. Com calma e paciência é possível começar agora a realizar seus sonhos do futuro, chegar lá mais rápido e pagar menos por eles.