Apesar de a vacinação estar avançando no Brasil e no mundo, as crises sanitária e econômica trazidas pela Covid-19 ainda não têm data para terminar. O cenário de incerteza afeta especialmente alguns setores da economia que dependem do relaxamento das medidas de distanciamento social para funcionar de forma plena e que, por isso mesmo, seguem amargando perdas. Desde o início de 2020, empresas aéreas, de turismo, shopping centers e ligadas ao varejo estão em modo de sobrevivência, e o valor delas na B3, a bolsa de valores brasileira, reflete esse cenário.
No entanto, como é comum no mercado de capitais, crises podem gerar oportunidades. Isso é o que acredita Bruno Komura, analista de renda variável da gestora de recursos Ouro Preto Investimentos. “Alguns setores ficaram para trás do Ibovespa. Enquanto o índice se recuperou das perdas pela pandemia ainda em 2020, muitas empresas ainda não alcançaram os patamares pré-crise”, afirma.
No ano passado, o Ibovespa, índice que simula uma carteira de investimentos com ações das empresas que detêm 80% das negociações na B3, chegou a ter 45% de desvalorização. Porém, fechou o ano com alta de 2,99%, voltando aos patamares do final de 2019. Já entre janeiro e o final de maio deste ano, as ações que compõem o índice acumularam alta de 6,16%. Mas algumas, como a Azul, sofreram grande queda e ainda lutam para se levantar, com papéis negociados abaixo dos valores praticados pré-pandemia.
Para Komura, investir agora nesses papéis que estão “descontados” – isto é, ainda desvalorizados em relação ao que as empresas efetivamente valem – para ganhar com a retomada pode ser uma estratégia interessante, mas é preciso ter calma e teimosia. “Vale a pena comprar e segurar, não pode vender no primeiro sinal de volatilidade”, explica. E, como falamos acima, a volatilidade promete estar presente: segundo Bruno, fatores como ritmo de vacinação no país ou até a chegada de uma eventual terceira onda de contaminação, que traga novas restrições, podem trazer grande oscilação para a bolsa nos próximos meses.
Se você tem a paciência necessária para lucrar lá na frente, confira abaixo alguns setores – e papéis – que ainda estão “descontados” por conta da Covid-19.
Setor aéreo
Em janeiro de 2020, as ações da Azul (AZUL4) chegaram a valer mais de R$ 60. Com a pandemia, cairam para cerca de R$ 13 e atualmente flutuam por volta dos R$ 47. Para voltar aos patamares pré-Covid, ainda faltam R$ 13, que podem não chegar imediatamente, mas, segundo Bruno, devem vir.
“A Azul está tentando comprar a operação da Latam Brasil e é bem provável que esse movimento de consolidação não enfrente muitos problemas no CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), uma vez que o foco seriam os voos domésticos”, diz. A aquisição, afirma Komura, deve valorizar os papéis da empresa.
Shoppings e varejistas
“A partir do momento em que as restrições relaxarem e o comércio puder voltar a atender em seus horários normais, o setor de shopping centers e varejistas que não são considerados techs voltarão a crescer com o aumento da demanda”, explica Bruno. Para ele, algumas boas apostas no setor são Iguatemi (IGTA3), brMalls (BRML3), Multiplan (MULT3) e Renner (LREN3)
Educação
Bruno também aponta que os investidores devem ficar atentos ao setor de educação, que pode trazer boas oportunidades.
“Quando universidades e escolas voltarem a funcionar sem restrições de capacidade, o setor deverá valorizar. E os investimentos que essas empresas precisaram fazer em novas tecnologias para ensino à distância para não parar durante a pandemia se transformarão em novas oportunidades de negócios para o mercado”, analisa Komura.
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