85,3 pontos

Confiança do comércio cai em dezembro e atinge menor nível desde abril de 2021, diz FGV

Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,9 pontos - quarta queda consecutiva

- Fernando Frazão/Agência Brasil
- Fernando Frazão/Agência Brasil

Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE) caiu 2,7 pontos em dezembro, ao passar de 88,0 para 85,3 pontos, menor nível desde abril de 2021 (84,1 pontos).

Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,9 pontos, a quarta queda consecutiva.

Com mais uma nova queda, a confiança do comércio termina 2021 com perda acumulada de 6,4 pontos. O resultado de dezembro é influenciado principalmente pela percepção de piora no volume de demanda pelo quinto mês consecutivo, sugerindo que, apesar da melhora da pandemia, o setor continuando sentindo os efeitos negativos da baixa confiança do consumidor, lenta recuperação do mercado de trabalho, alta inflação e juros em alta. As expectativas também pioraram sugerindo que o início do próximo ano deve ser desafiador, sem perspectivas de retorno da trajetória de recuperação que vinha ocorrendo até o terceiro trimestre desse ano “, avalia Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

Em dezembro, houve queda em cinco dos seis principais segmentos do setor.

O recuo no mês foi resultado da piora da percepção sobre o momento presente e das expectativas em relação aos próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 4,3 pontos chegando a 84,0 pontos, menor valor desde abril de 2021 (81,6 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 0,9 ponto, ao passar de 88,2 pontos para 87,3 pontos, mesmo valor de abril de 2021. 
 
Resultado trimestral

Depois de se recuperar ao longo do segundo e terceiro trimestres, o ICOM voltou a cair no último trimestre do ano.

A piora da confiança do comércio foi puxada pela queda mais intensa pelo ISA-COM, mas ao longo de 2021 é possível perceber esse também foi o subíndice mais volátil, enquanto o IE-COM permaneceu mais estável embora em patamar baixo.

Com o resultado atual, há uma convergência dos dois subíndices, apesar de ainda abaixo do nível neutro de 100 pontos.

O resultado trimestral confirma o cenário de desaceleração do setor no final do ano e os empresários ainda não vislumbram perspectivas de melhora em 2022.