O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), caiu 1,4 ponto em janeiro, para 74,1 pontos.
Em médias móveis trimestrais, o índice cedeu 0,7 ponto, para 74,8 pontos, após ter se mantido relativamente estável no mês anterior.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (25).
“A confiança dos consumidores inicia 2022 em queda, influenciada pelo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses. A retomada do auxílio emergencial e uma percepção mais favorável sobre o mercado de trabalho parecem ter contribuído para a redução da distância entre a confiança dos consumidores de alta e baixa renda”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Segundo a coordenadora, a piora das expectativas com relação à situação econômica geral e às finanças familiares, no entanto, sugerem que a relativa satisfação com a situação corrente em janeiro pode ser temporária, pois ainda há muita incerteza quanto à evolução do endividamento das famílias de baixa renda.
“A mudança desse cenário continuará dependendo da recuperação do mercado de trabalho, controle da inflação, e redução da incerteza, num ano que se inicia com surto de Ômicron e Influenza e termina com as eleições”, complementa.
Em janeiro, a queda do ICC foi influenciada pela piora das expectativas para os próximos meses enquanto a avaliação sobre a situação atual acomodou após dois meses consecutivo de queda.
O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,5 ponto, para 66,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 2,7 pontos, para 80,7 pontos.
As avaliações dos consumidores sobre a situação atual se mantiveram relativamente estáveis.
O indicador que mede a satisfação sobre as finanças pessoais subiu 0,8 ponto, para 60 pontos, após dois meses de quedas consecutivas e o que mede as percepções sobre a situação econômica atual variaram 0,2 ponto para 73 pontos.
Ambos se mantêm em patamar muito baixo em termos históricos.
Com relação às expectativas para os próximos meses, o indicador que mais influenciou o IE foi o que mede as expectativas sobre a situação econômica nos próximos meses.
Após três meses de recuperação, o indicador caiu 4,5 pontos, para 99,6 pontos, abaixo do patamar de neutralidade.
O indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira familiar cedeu 0,9 ponto, para 84,6 pontos. O ímpeto de compras para próximos meses continuou caindo pelo quinto mês consecutivo, 2,5 pontos para 60,3 pontos, menor valor desde maio de 2021.
A análise por faixa de renda revela melhora da confiança para os consumidores de menor poder aquisitivo (até R$ 4.800) e piora para as famílias com renda acima de R$ 4.800, com destaque para as famílias com renda acima de R$ 9.600,00, cujo ICC recuou 3,6 pontos.
Com relação às famílias de mais baixa renda (renda até R$ 2.100,00), a expansão de 5,4 no ICC é o segundo movimento positivo após 5 meses consecutivos de queda, recuperando em janeiro 50% da redução observada entre junho e outubro de 2021.