Quem investe sempre tem em mente um objetivo e um prazo desejado para alcançá-lo. Para cada sonho existe uma estratégia de investimentos mais indicada e entender as características dos diferentes ativos disponíveis no mercado é um diferencial para que você alcance suas metas no tempo que você deseja.
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) define como os três principais períodos de investimento:
– A curto prazo, com objetivos, por exemplo: fazer uma viagem de fim de ano, trocar de carro, reformar a casa, realizar um curso, pagar dívidas, comprar um equipamento eletrônico ou montar a reserva financeira de emergência (até 2 anos);
– A médio prazo, com metas, por exemplo, em que o indivíduo compra um imóvel, garante a faculdade dos filhos ou se retira de férias por um ano (de 3 a 10 anos);
– A longo prazo, com objetivos mais comuns como a aposentadoria e acúmulo de patrimônio para as próximas gerações (mais de 10 anos).
Nas aplicações de curto prazo, as principais características que devem ser observadas nos investimentos são o risco e a liquidez. Para as estratégias adotadas nesse tipo de investimento, recomenda-se que o risco seja baixo. Embora, em geral, aplicações de baixo risco ofereçam rentabilidade menor, adquirir ativos de alto risco poderia acarretar em grandes perdas, que seriam difíceis de recuperar em curto prazo. Nesse tipo de estratégia, em relação à liquidez dos investimentos, quanto maior, melhor.
Para as aplicações de médio prazo, por sua vez, o recomendado é investir com conhecimento e diversificação. Isto é, saber em que ou onde está investindo e optar pelo aporte em mais de um tipo de ativo, para não estar sujeito a muitos riscos.
Já nas aplicações de longo prazo, é necessário que o investidor tenha uma boa organização de suas finanças, principalmente porque irá demorar um bom tempo para que se construa a renda para o futuro e objetivo a ser alcançado. Aqui, os investimentos que unem segurança com uma boa taxa de rentabilidade são os mais indicados.
Confira, abaixo, as opções de investimento que são mais indicadas para cada tipo de meta.
Tesouro Direto (curto, médio e longo prazo)
Ao comprar títulos do Tesouro Direto, você empresta dinheiro ao governo brasileiro. O grande benefício disso é a segurança: é quase impossível o risco de calote, já que o governo é uma das instituições mais seguras do país.
Há três opções de títulos disponíveis: o Tesouro Selic, título pós-fixado, cujo rendimento acompanha a taxa Selic, a taxa básica de juros do Brasil; Tesouro Prefixado, aplicação em que a pessoa sabe exatamente quanto vai receber no vencimento do título; e o Tesouro IPCA+, que remunera uma parte com parcela prefixada e a outra atrelada ao IPCA, a inflação oficial do país.
Para o longo prazo, recomenda-se que o investidor adquira títulos atrelados à inflação, para que o dinheiro cresça sem perder valor. Outro detalhe importante é o vencimento: sempre comprar títulos que serão liquidados apenas depois de 10 anos ou mais, que apresentam melhor rentabilidade.
LCI, LCA e CDB (curto e médio prazo)
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) são duas ótimas opções para quem precisa de boa rentabilidade com liquidez para sacar em curto prazo. Há títulos, por exemplo, com vencimento para 90 dias. Além disso, ambos são isentos de Imposto de Renda.
Já o CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Trata-se de um título privado de renda fixa emitido por bancos. A rentabilidade do CDB quase sempre depende de diversos fatores, como prazo de vencimento, período de carência e montante mínimo investido. Porém, há opções de títulos prefixados que já informam ao investidor quanto ele receberá no vencimento. Da mesma forma que no Tesouro Direto, essa é a melhor opção para quem está pensando em sacar em dois anos ou menos.
Fundos multimercado (médio prazo)
Os fundos multimercado funcionam de maneira semelhante aos seus pares: investidores alocam recursos, em conjunto, em um fundo que aplica em ativos do mercado financeiro.
A diferença desse tipo de fundo está exatamente no tipo de aplicação. Enquanto os de renda fixa e ações já revelam em seu nome o tipo de investimento, os fundos multimercado podem aplicar em diferentes mercados, como renda fixa, câmbio, ações, entre outros.
A vantagem deles está na diversificação e na rentabilidade, que costuma ser superior aos fundos mais conservadores. Os possíveis ganhos e perdas atingem todos os participantes, na devida proporção do valor investido por cada um.
Fundos de Previdência (longo prazo)
Os fundos de previdência (ou previdência privada) são semelhantes a outros fundos de investimento: cada investidor possui uma cota do patrimônio total do fundo e recebe os rendimentos proporcionais ao capital investido.
Existem dois tipos de planos de previdência privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). O primeiro é indicado para quem entrega a declaração do Imposto de Renda (IR) pelo modelo completo. Assim, essa pessoa poderá abater da base de cálculo do IR até 12% do total da renda bruta tributável. Já o VGBL, é indicado para pessoas que utilizam a declaração simplificada do IR. Isso porque, nessa opção, o imposto é calculado apenas sobre o ganho de capital.
Os rendimentos desses fundos são pensados para resgates em 20 ou 30 anos, o que faz com que eles possam trazer melhores frutos para o futuro e escapar da volatilidade a curto prazo.