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Confira sete dicas para renegociação de dívidas de empresas

Para manter as portas abertas, muitos empreendedores estão precisando quitar seus débitos acumulados

- Ruslan Burlaka/Pexels
- Ruslan Burlaka/Pexels

Em meio a pandemia do novo coronavírus, diversas empresas e empreendimentos passaram por maus lençóis. A diminuição da circulação de pessoas na rua e o desemprego, que provocou a diminuição da renda da população, impactaram diretamente os empresários que projetavam planos para seus negócios em 2021 e no ano passado.

Na luta para sobreviver, muitos donos de empreedimentos acabam acumulando dívidas que precisam ser postas "em dia" para tentar salvar seu negócio e manter as portas abertas.

Muitas das vezes a melhor solução para a resolução desse problema é a renegociação das débitos, que pode ajudar a contornar o problema. Entretanto, muitas pessoas ainda têm dificuldades nesse processo, sem conhecer os seus direitos e como proceder, esse caminho acaba se tornando um pouco sinuoso.

Para ajudar esses empreendedores que estão passando por esse momento, Afonso Morais , sócio fundador da Morais Advogados Associados e especialista em recuperação de crédito empresarial, elencou sete dicas para você renegociar as dívidas de sua empresa. Confira:

1 – Realize um planejamento

Organize as finanças da sua empresa para visualizar o valor das suas despesas, pelo menos, pelos próximos três meses, incluindo todas as dívidas já existentes.

De acordo com o que você tem de reserva financeira disponível e com as previsões de entradas no caixa, saberá quanto de dinheiro pode destinar para o pagamento das despesas já existentes

3 – Faça propostas de renegociação

Procure todos os credores e proponha uma renegociação, em primeiro lugar solicite um aumento de prazo para pagamento, aumentando o prazo de pagamento e diminuindo o valor mensal das parcelas, colocando na mesa o valor que você tem disponível para parcelar.

Com atual situação da pandemia, com a redução dos negócios, emprego, da atividade econômica, os credores estão mais flexíveis em renegociar a dilação de prazos de pagamento, sem aumentar a parcela.

5 – Faça um plano de pagamento e consulte especialistas

O importante é saber quanto você pode pagar para tentar fazer com que a negociação atinja esse patamar. Caso contrário, você pode não conseguir honrar o novo acordo.

Nas negociações, é possível utilizar alguns argumentos jurídicos, tais como: Teoria da imprevisão, prevista no artigo 478 do Código Civil; Caso fortuito e força maior, disposto no Código Civil no artigo 393; Modificação de cláusulas contratuais, prevista no artigo 6º, V do Código de Defesa do Consumidor. O importante é procurar uma consultoria jurídica, que dará toda a assistência jurídica e negocial, para que seja possível a melhores formas de concluir um acordo que fique bom para ambas as partes.

Priorize o pagamento das dívidas relacionadas a serviços essenciais ou aquelas que tenham uma taxa de juros mais alta. Essas devem ser liquidadas primeiro.

6 – Busque informações referentes às suas dívidas e à sua empresa

Reveja os contratos assinados com seus credores: em muitos casos já existem cláusulas que preveem medidas especiais em casos extraordinários, como é o que estamos vivenciando agora. Se o documento contemplar algo nesse sentido, você pode utilizar essa cláusula para recorrer ao credor.

Além disso, reveja, também, seus fornecedores. Nesse atual cenário, é possível encontrar fornecedores que estejam oferecendo preços mais atrativos. Isso pode ajudar a evitar que você contraia dívidas maiores com os fornecedores já existentes.

7 – Corte gastos

Identifique as despesas que podem ser cortadas nesse período para que você tenha mais recursos para liquidá-las. Em momentos como este, apenas o que é essencial deve permanecer para que a empresa sobreviva e possa se recuperar o mais breve possível.