O Conselho de Comunicação Social do Senado aprovou hoje (17) um convite para ouvir o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do site The Intercept. Desde o início deste mês, o site tem divulgado supostas mensagens trocadas por meio de aplicativo pelo atual ministro da Segurança Pública e ex-juiz Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato entre os anos de 2015 a 2018. A audiência está marcada para o dia 1º de julho, data da próxima reunião do conselho.
O autor do pedido é o advogado Miguel Matos, representante da sociedade civil no colegiado. O objetivo da audiência é ouvir Glenn Greenwald sobre ameaças que ele estaria sofrendo após a divulgação das supostas conversas entre Moro e os procuradores pelo site.
“O jornalista Gleen Greenwald narrou recentemente que está sofrendo inúmeros atentados ao livre exercício do jornalismo. Isso, claro, nos toca profundamente. Por isso, eu queria sugerir que fizéssemos um convite e que ele venha na nossa próxima reunião do dia 1º de julho e esclareça exclusivamente essas situações”, disse. “A liberdade de imprensa é a garantidora do Estado Democrático de Direito, não podemos fechar os olhos e sobretudo as portas para essa situação”, disse Matos.
Também nesta segunda-feira, o deputado David Miranda (PSOL-RJ), marido do jornalista Glenn Grenwald, afirmou que pediu reforço para segurança de sua família após serem ameaçados por mensages enviadas por e-mails. Segundo o parlamentar, as primeiras ameaças foram registradas antes das divulgações do site The Intercept, mas cresceram após as publicações.
“Ressalto que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tomou providências a partir do ofício que encaminhei à presidência da Casa, oferecendo-me apoio do Departamento da Polícia Legislativa”, afirmou o deputado.
Sergio Moro
Na quarta-feira (19), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai ouvir o ministro Sergio Moro, que deverá prestar informações sobre a suposta colaboração entre ele e procuradores da Lava Jato. A audiência foi sugerida pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Em ofício enviado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Bezerra Coelho destacou que a iniciativa de esclarecer os fatos partiu do próprio ministro.