Copom Selic

Copom corta Selic em 0,75% e taxa vai a 2,25% ao ano

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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (17) novo corte de 0,75% na Selic. Agora, a taxa básica de juros, que estava a 3%, passa a 2,25% ao ano, no menor nível desde 1997. 

A decisão sofreu influência de dois fatores principais, segundo Daniel Pegorini, CEO da Valora Investimentos. “Do lado técnico, temos a inflação muito baixa, abaixo da meta, o que também é prejudicial ao sistema como um todo”, explica. “E há a pressão política, com o movimento de corte de vários Bancos Centrais ao redor do mundo”. 

Já esperada pelo mercado, como apontava o boletim Focus, a Selic em 2,25% deixa outra pergunta no ar: até onde vai o corte na taxa básica de juros? Os investidores vão ter pistas sobre a próxima reunião, que acontece no começo de agosto, com a ata que vai ser divulgada na semana que vem. 

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“O corte de hoje não é o fim do ciclo de redução”, acredita Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores Corretora. “Ainda há espaço para um corte pequeno”. 

Mas juros próximos a zero, como nos EUA, ou negativos, como na Europa, estão no radar? “A nossa mecânica ainda está muito distante das economias que podem adotar isso”, aponta Pegorini. “Os países que podem se dar esse luxo são aqueles que recebem fluxo de dinheiro mesmo quando a situação recrudesce”.  

Em meio à pandemia, os cortes de juros têm sido utilizados como instrumentos para estimular a atividade — mas não são os únicos instrumentos. “O BC pode atuar em outras frentes, como maneiras de escoar o crédito, com o cadastro positivo, por exemplo”, indica Nepomuceno. 

Dólar e bolsa

Os patamares que testavam a moeda norte-americana cotada a R$ 6 ficaram para trás, segundo especialistas, mesmo com a Selic experimentando novas baixas. “Quem tinha como estratégia deixar o Brasil, já saiu”, afirma o especialista da Coinvalores. Além disso, a mega injeção de dólares no mercado, promovida pelo Fed, pode promover, a longo e médio prazo, uma desvalorização do dólar, aponta Daniel Pegorini. 

A Selic lá embaixo é boa notícia para a bolsa. “O investidor foge da renda fixa para tentar arriscar alguma rentabilidade”, conta Nepomuceno. E ainda há espaço para mais. “Ainda são poucas pessoas na renda variável no país, e a ajuda do governo às empresas pode ser um foco de atração”.